Andamos a aperfeiçoar a arte de nos atirarmos de cabeça para a piscina, entre outras coisas. Só coisas boas, garanto.
Aos cinco e três anos as crianças não valorizam viagens que sejam sinónimo de passear e ver culturas e monumentos... Ao perguntar ao Afonso o que é que ele tinha gostado mais em Paris, a resposta, mais do que evidente: andar no comboio e no autocarro descapotável.O mais engraçado não é a resposta em si; é o ar desiludido do Pai, que ainda se dá ao trabalho de perguntar... O que é que estavas à espera? Ahh, adorei a estrutura metálica da Torre Eiffel ou então O que eu gostei mais foi a arquitectura do Louvre, só tive pena de não conseguir ver a Mona Lisa. Ainda assim, só não responderam que o que gostaram mais foi de comer McDonalds e afins todo o fim de semana porque a vida em Londres já os habituou mais a isso, senão...
Fim de semana tem sido sinónimo de laureio de pevide. E de junk-food, também. Desta vez a chuva deixou-nos ir ao museu de ciência (a fila para o de história natural dava a volta ao quarteirão). Apesar de o museu de ciência não estar no topo da minha lista de interesses, é sempre muito bom visitar os museus daqui. Com muito para se ver, muito para aprender. E aqui os museus são sítios vivos, nem sei se consigo explicar bem. Os museus a que me habituei são sempre quase como uma espécie de templos. Aqui não; as crianças brincam, comem, tira-se fotografias a tudo o que se quiser; descansa-se, conversa-se, bebe-se café...
O inglês do Afonso vai andando, devagarinho. Já diz algumas (poucas) coisas. I'm sorry, hello, thank you e por aí... Sabe alguns nomes das estações de metro e paragens de autocarro que nos interessam e tem andado entusiasmado com a escola. Tem recebido medalhas douradas autocolantes quase todos os dias pelos trabalhos que faz e isso deixa-o todo orgulhoso.
O tempo continua às caretas (até aqui, nada de novo). Continuo sem acesso ao SAPO fotos, o que é uma chatice porque assim estes posts não têm metade da piada. O nosso fornecedor de internet bloqueia imensos sites. Temos que ir a uma loja, apresentar identificação e pedir o desbloqueio desses sites.
E é assim, cá continuamos, com os dias feitos de escola, almoços, sestas e passeios (e casa para limpar, roupa para lavar e passar, comida para fazer....) já a ficar com alguma inveja de quem pode ir à praia apanhar uma corzinha (já que a nossa se aproxima dramaticamente da cor de choco sem tinta).
Agora chove... É o que se pode esperar, mas realmente, este povo daqui não tem sorte nenhuma com o tempo. A seguir a uma "onda de calor", com temperaturas a rondar os 30º C, chove e faz frio. Não que me importe muito, prefiro estas temperaturas mais amenas, mas assim uma pessoa desorganiza-se!
Este fim de semana foi feito de passeios turisticos: o tão desejado Museu de História Natural, que é realmente fantástico, cheio de gente e movimento e com muito para ver (tanto que temos que voltar para ver o resto). Fizemos também aqueles passeios nos autocarros turísticos pela cidade e fomos aos sítios mais emblemáticos de Londres, com direito a cruzeiro pelo Thames e tudo. Claro que com isto tudo, alimentámo-nos de junk food o fim de semana todo... Temos que arranjar uma estratégia para contrariar isto, mas é difícil. Os bons restaurantes são caríssimos; comer em casa faz-nos perder muito tempo e não conseguiríamos dar as voltas todas. Temos que comprar um cesto de piquenique e piquenicar nos parques :-)
Algumas curiosidades que tenho observado: esta gente idolatra o Jamie Oliver. Nos grandes armazéns há louça Jamie Oliver, talheres Jamie Oliver, têxteis para casa Jamie Oliver; não garanto que não existam electrodomésticos Jamie Oliver.
Inglaterra deve ser um bom país para ter filhos. A quantidade de crianças dentro e fora das barrigas das mães é impressionante... Eles andam por todo o lado.
Hoje à tarde temos agendado um passeio até aos jardins de Kensington, onde há um parque infantil que fascinou o Afonso e a Francisca. Cheira-me que vai ter que ficar adiado, por causa da chuva.
Lisboa é realmente uma cidade muito mais luminosa. Já percebo as saudades da sua luz. Não é uma questão propriamente de qualidade, mas mais de quantidade.
Sinto-me de férias; isto não me está a parecer nada o início de uma nova vida. Já temos regresso a casa marcado, na primeira semana de Agosto. Depois dessa estadia, acho que vou cair mais na realidade que me espera, até porque a partir de Setembro mudamos de destino para o médio oriente. Se eu achava que aqui estava calor, nem quero pensar quando estiver com máximas de 45ºC e mínimas de 32º/ 33ºC
Não tenho ilustrado os posts com fotos porque aqui o meu acesso à internet é lento e acabo por nunca conseguir carregar o Sapo Fotos, com muita pena minha.
Bem, vou ali pôr ordem no quarto que hoje a sesta não está a ser fácil (ao fim de uma semana seguida com a Francisca o dia todo, já me apetece deportá-la algumas vezes... raio de feitio, não sei onde o terá ido buscar...)
A cena passa-se num fim de tarde em que as criaturas estavam endiabradas e eu não conseguia despachar o jantar. Então lembrei-me que tinha um saco cheio de ervilhas para descascar e resolvi pô-los a trabalhar, que de pequenino se torce o pepino. Assim matava dois coelhos de uma cajadada. Eles sossegavam (caso não começassem à pancada por algum motivo idiota) e eu ficava com a tarefa (chata para mim) concluída. Dei-lhes um saco para as cascas, uma taça para deitar as ditas ervilhas e pus duas cadeiras lado a lado com os utensílios ao meio (tudo equidistante dos dois, que senão dava a confusão do costume - ó mãe ela tem as ervilhas mais perto e descasca mais que eu! ó mãe ele não me deixa chegar ao saco das cascas! ó mãe eu não chego à taça! ) Tudo a postos, começa o trabalho. Claro que não podia ser uma actividade pacífica. Dois segundos depois de começarem, já estavam a ver quem descascava mais e mais depressa. O Afonso, que não gosta nada de ficar para trás, começou a aperceber-se que a irmã estava a ser mais rápida e começou a tentar atrapalhá-la; que não era assim que se descascava, que a maneira de as deitar na taça também não estava bem, enfim, a tentar distraí-la para ver se a apanhava. Sem ver resultados, opta pelo plano B. Pára tudo! Novas regras, diz o chefe. Ele, magnânimo como ele só, ia dar à pobre a irmã uma oportunidade que ela não podia recusar. As regras eram: ela ficava quieta, sem descascar uma única ervilha. Contava as que ele descascava e, no fim..... TCHARAN!! A última ervilha era para ela descascar. Ahhh! Mas não seria uma ervilha qualquer, na, na, na. Seria A Ervilha. A melhor, maior, mais rechonchuda que ele encontrasse. O Santo Graal das leguminosas! O mais espectacular prémio que ela poderia alguma vez desejar. A tonta caiu ainda durante uns minutos. Ao ver que aquilo era uma seca para ela, e que ainda por cima só ia ter direito a descascar uma ervilha, quis voltar às regras anteriores. Não foi fácil convencê-lo, mas ela resolveu a questão de uma maneira menos inteligente mas mais eficiente, e a melhor que ela conhece: à chapada.
No outro dia vi uma senhora nórdica a passar-se com o filho no metro. E não foi bonito. Foi um senhor passanço. Afinal os nórdicos, esse povo elevado, também se passam com os putos de vez em quando. Fiquei aliviada, afinal temos coisas em comum com eles. Podiam era ser outras coisas (mais relacionadas com educação, saúde, etc.). A diferença, neste caso, foi que a senhora, por ser tão branca, ficou arroxeada. Nós, no máximo, coramos um bocadinho.
Já o miúdo utilizou uma linguagem universal - cruzou os braços, fechou o semblante e "amarrou o burro".
Tenho o orgulho pendurado nas orelhas em formato de brincos artesanais (concepção e desenvolvimento Francisca) e mais estas 2 coisas:
Mãe palhaça e desportista eram duas facetas que vocês não conheciam, aposto!
No outro dia no restaurante, ao pedirmos uma pizza, vira-se para a empregada com um ar muito sério:
"Veja lá se desta vez não demora muito a trazer a pizza. Costuma demorar muito tempo. E não se esqueça de não deixar queimar a massa, se faz favor!"
Já em casa, a comer carne picada com esparguete:
"Olha, mãe, aqueces a carne com o esparguete para ficar tudo quente, cortas e misturas. No fim pões o azeite, mas depois já não misturas mais"
Eu estava a seguir o procedimento à risca na cozinha e uma vozinha da sala "Não te esqueças, misturas tudo mas o azeite deitas só por cima sem misturar!"
Yes, Sir!
Andaram de autocarro, metro e eléctrico. Pareciam os saloios de passeio à cidade. A Francisca era, toda ela, gritinhos e guinchinhos de admiração.
Têm que tomar mais banhos de civilização, está visto :-)
A única laranja que nasceu da nossa laranjeira foi comida ontem. Este foi o momento solene da apanha. O meu quarto de laranja estava muito doce!
Competitivo e delator.
"Eu é que acendo a luz!"
"Não! Eu é que acendo a luz!"
"Ó mãeeeeee! A Francisca está a empurrar-me porque quer acender a luz e ela já acendeu três vezes hoje e eu só acendi uma!"
"Eu é que vou para a casa de banho do quarto dos pais!"
"Não é nada, tu foste ontem!"
"Ó mãeeeeeeee, a Francisca quer sempre ir à tua casa de banho e não me deixa ir!!!"
"Já fiz!!!!" (cocó)
" Hã, hã, grande coisa! O meu cocó é muito maior que o teu!"
Ficou o máximo, a parede!
Estes autocolantes foram uma bela ideia e um óptimo presente; vieram desta loja e são uma excelente alternativa a paredes pintadas com cores ou papéis de parede difíceis de aplicar.
Resta-nos agora dizer-vos para virem cá jantar e ver como ficou, ao vivo e a cores!
Com direito a bolo de aniversário caseiro feito pelos meus pasteleiros cá de casa!
No carro já há coro a duas vozes:
"Vão sem mim que eu vou lá ter!"
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas