Quando não temos família por perto nem ninguém que nos fique com as crianças podem passar-se meses sem fazermos qualquer actividade sem crianças. Foi o que nos aconteceu no Bahrain e era o que nos acontecia por cá. Portugal, além de servir para matar saudades dos amigos e família, servia para nos permitir ter algumas saudades das crianças, porque era o único sítio onde podíamos deixá-los com alguém de confiança e ir passear.
Isso mudou um bocadinho há uns meses. Primeiro, quando fizemos dez anos de casamento, uns amigos ficaram-nos com a criançada por uma noite. De repente, a casa deles deixou de ter três pessoas para passar a albergar seis, quatro delas já nascidas neste século! Passar de uma criança para quatro assim de repente deve ser engraçado. O que vale é que foi só por uma noite, devem eles ter pensado!
Agora, mais recentemente, outro casal de amigos voluntariou-se para ficar durante uma noite com 5 crianças (as minhas 3 e mais 2 filhas de outros casais amigos) para nós podermos ir todos jantar fora e sair à noite! A particularidade desta vez é que esses amigos que ficaram com as crianças não têm filhos (e se por acaso estavam a planear tê-los, acho que desistiram por uns tempos!). Isto é que é dar o corpo às balas! Eu acho que se não tivesse filhos nunca na vida me ia oferecer para tomar conta de 5 logo de uma vez, e com direito a dormida e tudo! Escusado será dizer que os miúdos adoraram e os pais também. Esses nossos amigos não deixaram de nos falar, portanto até deve ter corrido bem, apesar das exigências das criaturas ao pequeno almoço - quiseram pequeno almoço de hotel e tiveram direito a ele (logo por aqui se vê que não têm filhos, senão tinha ido tudo corrido a pão com manteiga e leite e já iam com sorte!), brincaram, viram televisão, deitaram-se às horas que quiseram e dormiram em colchões de campismo.
Eu acho que isto era ritual para manter pelo menos uma vez por mês, não?
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas