Cada vez menos bebé, o mais pequeno fez 4 anos esta terça-feira. Ontem foi a festa e, claro, a confusão instalou-se cá em casa. Bocados de cupcake pelo chão, mini-dedos engordurados pelas paredes, correria e confusão. Mas foi um acontecimento feliz, com crianças e adultos bem dispostos.
Hoje é dia de fazer malas e descansar, que logo à noite embarcamos num avião para Roma. Tentarei fazer tantos posts mete-nojo de Roma no facebook do Umbigo como conseguir, espreitem-nos por lá!
Por norma sou sempre eu a fazer os bolos de aniversário cá em casa, mas como esta semana não estive muito tempo por casa por causa de uma formação, acabei por encomendar o bolo. O resultado superou todas as minhas expectativas, apesar de ser feito com todas as coisas que temos andado a evitar, como açúcares refinados, farinha branca, gorduras animais e etc - foi dia de festa e de quebrar regras e as crianças aproveitaram bem isso!
Na sala nota-se bem que há uma pessoa (eu) que não trabalha (fora de casa) há quase 5 anos: é aquela que não consegue estar mais de duas horas sentada e concentrada no que o formador está a dizer.
Acho que se fosse criança tinha sido diagnosticada com hiperactividade e défice de atenção...
Fim de Janeiro: Caiu-lhe a prancha de wakeboard no dedo grande do pé. Sangue com fartura, unha com um aspecto miserável, bastantes dores. A unha caiu passado uns tempos (para o que eu havia de estar guardada - blhec) e ainda está em processo de crescimento
Meio de Fevereiro: queda nas escadas. Braço partido. Gesso durante 5 semanas. Toca a dar banho ao menino todos os dias porque ele só com um braço não consegue. Tirou o gesso na sexta-feira da semana passada.
Março (ontem): brincadeira na praia, rochas afiadas. Grande corte no dedo grande do pé (não o da unha caída, menos mal). Sangue com fartura, corte profundo, ferida com sotura. Toca a dar banho ao menino todos os dias para ele não molhar os pontos, fazer o penso e andar sempre com mil cuidados para a costura não apanhar água, não se sujar, não infectar, etc...
Oh, vida!
E no meio disto, um marido meio entrevado com diagnóstico de hérnia de disco cervical, uma festa de aniversário para organizar, uma viagem para organizar (se mais ninguém se lesionar entretanto) enquanto passo a semana numa formação em que me inscrevi...
Gosto de números redondos. Este ano temos alguns cá em casa. Eu tenho 35 anos, o Francisco 40. Fizemos 10 anos de casados e o nosso filho mais velho também está quase a fazer 10 anos...
Quando não temos família por perto nem ninguém que nos fique com as crianças podem passar-se meses sem fazermos qualquer actividade sem crianças. Foi o que nos aconteceu no Bahrain e era o que nos acontecia por cá. Portugal, além de servir para matar saudades dos amigos e família, servia para nos permitir ter algumas saudades das crianças, porque era o único sítio onde podíamos deixá-los com alguém de confiança e ir passear.
Isso mudou um bocadinho há uns meses. Primeiro, quando fizemos dez anos de casamento, uns amigos ficaram-nos com a criançada por uma noite. De repente, a casa deles deixou de ter três pessoas para passar a albergar seis, quatro delas já nascidas neste século! Passar de uma criança para quatro assim de repente deve ser engraçado. O que vale é que foi só por uma noite, devem eles ter pensado!
Agora, mais recentemente, outro casal de amigos voluntariou-se para ficar durante uma noite com 5 crianças (as minhas 3 e mais 2 filhas de outros casais amigos) para nós podermos ir todos jantar fora e sair à noite! A particularidade desta vez é que esses amigos que ficaram com as crianças não têm filhos (e se por acaso estavam a planear tê-los, acho que desistiram por uns tempos!). Isto é que é dar o corpo às balas! Eu acho que se não tivesse filhos nunca na vida me ia oferecer para tomar conta de 5 logo de uma vez, e com direito a dormida e tudo! Escusado será dizer que os miúdos adoraram e os pais também. Esses nossos amigos não deixaram de nos falar, portanto até deve ter corrido bem, apesar das exigências das criaturas ao pequeno almoço - quiseram pequeno almoço de hotel e tiveram direito a ele (logo por aqui se vê que não têm filhos, senão tinha ido tudo corrido a pão com manteiga e leite e já iam com sorte!), brincaram, viram televisão, deitaram-se às horas que quiseram e dormiram em colchões de campismo.
Eu acho que isto era ritual para manter pelo menos uma vez por mês, não?
Francisca: Mum, can you please make sure that...
Eu: Francisca, cá em casa já sabes que falamos em português. Fala português, se faz favor!
Francisca: Mãe, podes por favor fazer certeza que quando passares o amaciador no meu cabelo não tocas no meu galo?
Estou quase a desistir, mas depois lembro-me de todos a falar francês na Gaiola Dourada e ganho novo ânimo para continuar a batalhar...
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas