Foi de passeata. Saímos de manhã para ir buscar as toalhas de praia/mochilas que tinha encomendado à Inês "Maria Café" Duarte. Como fui parar àqueles lados almoçámos em Cascais, na Capricciosa (já estava com saudades de comida italiana!) e a seguir fomos ao Santini. Eles andavam tão desgostosos com as minhas descrições dos gelados italianos que resolvi tentar compensá-los com um geladinho dos que dizem ser os melhores destas bandas (qualquer semelhança entre o chocolate que a Francisca comeu e os que nós comemos pelas Itálias é mesmo pura coincidência - como é que os italianos fazem??). Eu não pedi nada para mim porque nestas coisas há sempre alguém que não consegue comer tudo o que pediu. Sou a mãe-hiena. Eles caçam e eu como os restos... Depois encaminhámo-nos para os lados de Sintra porque tínhamos ficado de ir um dia às piscinas de água salgada da Praia Grande. Andámos um bom bocado a passear por Cascais, Guincho, Malveira da Serra, Colares, etc, a fazer tempo para fazer a digestão e deixar as horas mais críticas de sol passar. Quando chegámos à praia grande, era impossível estacionar. Montes de gente, montes de carros e apesar de estarem a levar com uma ventania desgraçada nas fuças e uma rebentação violenta nos costados, não havia muita gente a sair da praia às 4 da tarde. Assim, continuámos o passeio pelas azenhas do mar, Janas, terrugem e em menos de nada estávamos a espreitar a praia de São Julião. Vendaval desgraçado e ondas do demo. Continuámos. Fomos parar à Foz do Lizandro. Vento, areia, frio, o costume. Assentámos arraiais na areia, resistimos ali durante um bocado ao frio e ao vento e viemos embora. Mais um dia feliz!
Levem repelente de insectos. Tive babas de um tamanho que nunca tinha tido. Esperei uns dias que passasse com Fenistil e tive que me render a uma pomada anti-histamínica que me tinham recomendado na farmácia da primeira vez que lá fui (e, teimosamente, recusei - ah e tal anti histamínico não, é muito forte, não vale a pena...)
O melhor é mesmo prevenir com boas camadas de repelente!
(e o estranho que é não haver avisos sobre isto em LADO NENHUM?? Centenas de pessoas a coçar as babas gigantes e nem um cartaz, um aviso no metro, no hotel, no autocarro, NADA!)
A mãe desleixada descontraída em que me transformei deixou a filha do meio pôr o mais novo a fazer chichi, ouviu o pequeno dizer "Já estááááááá!" (sinal de que não foi só chichi, afinal!) deixou a do meio ir lá resolver o assunto (limpar o rabo ao petiz, portanto) e só verificou o resultado da operação duas horas depois, na altura do banho.
Férias são férias, meus amigos!
E, claro, gorda que nem uma texuga. Mas como é que os italianos não são todos obesos mórbidos? Aquilo é pão, mais massas, mais molhos, mais queijos, mais vinhos, mais enchidos, mais gelados e ainda assim a população é bastante elegante, no geral. Tenho que pedir uma bolsa à FCT para ir um ano ou dois para lá estudar o fenómeno...
Quanto ao resto, gostámos muito de Itália. Para ser sincera, acho que ia gostar de qualquer parte do mundo. Duas semanas de férias a dois até no Bangladesh teriam os seus encantos!
Itália é um país com muitas parecenças com Portugal. A forma como desperdiçam o potencial do país fantástico que têm é uma delas. A diferença é que Itália tem mais área, mais turistas e mais reputação. Tem uma costa fantástica, cidades com uma história brutal, comida (já aqui tinha falado da comida??) excelente. Mas depois há, em alguns sítios, um certo descuido com a manutenção dos edifícios, com a limpeza das ruas, etc. Dá pena, porque sem isso, era um destino de férias perfeito. O Francisco dizia que eles não precisam, que têm turistas na mesma. É capaz de ser verdade, mas a minha percepção do país sai bastante prejudicada quando vejo a degradação e sujidade de Veneza, por exemplo. As cidades que mais gostámos acabaram por ser as mais pequenas e menos invadidas pelos turistas. Já calculávamos que ir a Itália em Julho era sinónimo de nos irmos meter na confusão, mas não havia grande alternativa. Pudemos tirar estas férias na mesma altura que todos os outros e já íamos mais ou menos preparados para isso. Foi bom irmos sem crianças porque deu para fazer coisas que não fazíamos há muito tempo, como por exemplo não ter rotinas nem horários fixos para almoçar, lanchar, jantar, descansar... Acho que tivemos mais refeições sem interrupções só nestas férias do que nos últimos dez anos!
Claro que quando cheguei a Portugal já vinha cheia de saudades dos três. Eles estavam na boa. O único que ficou genuinamente contente por me ver foi o António. Os outros pediram-me para continuar em casa da avó (vou ter que rever todo os meus conceitos de parentalidade, acho!)
Agora resta-nos tentar queimar os (últimos?) cartuchos de calorzinho com umas idas à praia e vamos ficando por aqui. Temos acordado e deitado tarde e comido a más horas, como se quer nas férias! Para horários rígidos já nos chega durante todo o ano. Portugal tem sido sinónimo de transgressão e falta de rotinas, como tem que ser no nosso sítio de férias (está a perder aquela sensação de "casa", mas isso é assunto para um post isolado!)
O Afonso quer porque quer muito, mesmo muito, tanto, tanto, um iPad. Está a juntar dinheiro desde o início deste ano lectivo porque quer mesmo um iPad só para ele. Ainda lhe falta um bocado para atingir o valor que precisa, mas já anda a estudar o mercado. Como percebeu que o iPad normal é muito caro, apontou para o iPad mini. Vendo que também ia demorar um bom bocado a chegar lá, apontou a mira para um iPod touch. Mas como o modelo de última geração custa quase o mesmo que um iPad mini, achou que lhe chegava um iPod touch 4. Ele não sabe bem porque é que quer o gadget. Sabe que os amigos têm cada um o seu e isso chega-lhe para querer. O problema do Afonso é que ele não é muito tecnológico. Nunca foi. Tablets, computadores, leitores de DVD, Playstation 3 e até os próprios comandos da televisão não são muito a "cena" dele. Sempre que tem algum problema chama a Francisca para ela o ajudar.
Então, na ronda da pesquisa de preços de iCoisas no Dubai, os diálogos eram mais ou menos assim:
"Excuse me, Sir, do you sell the iPad mini?"
"Yes, we do"
"How much is it?"
"Do you want the wifi+3G?"
"Yes, please"
[o senhor dizia-lhe o preço]
"Oh, that's too expensive"
"You can have the one with wifi only"
"And how much is that one?"
[preço, outra vez]
"Hmm, I see... And without the wifi, how much does it cost?"
Ou então
"Hello, Sir, can you tell me the price for the iPod touch?"
"The new one costs xxxx Dirhams"
"Oh, that's too expensive for me!"
"You can have the iPod 4 [4th generation iPod] for xxxx dirhams, which is much cheaper than the new one"
"Great, how much is that one?"
[o senhor diz-lhe o preço]
"Hmmm... I see... Do you sell the iPod 1?"
E é isto, o meu negociador de palmo e meio. Está entusiasmadíssimo, grão a grão, a juntar para o seu iPad (e até já fala nisso como se fosse mesmo conseguir juntar tudo o que precisa...)
Ainda não aterrei bem aqui. Já levei uma multa por estar a conduzir e a falar ao telemóvel (mas não se pode? ora que chatice, dá tanto jeito!É verdade que sendo o carro de transmissão manual a coisa é mais difícil cá, é preciso mais coordenação, mas ainda assim...) Quando o António me chama da casa de banho a dizer "já estááááááá" ainda procuro o chuveirinho ao lado da sanita para a limpar (e a falta que me faz cá o chuveirinho? quem diria?); ontem, quando li nas notícias que o Presidente da República ia falar ao país às 20h30 pensei "Ora bolas, já não vou conseguir ver porque aqui só vai dar às 23h30!".
Mais valia não ter visto, realmente...
O vôo foi bastante bom, Deus conserve a ligação directa Dubai-Lisboa, que é do melhor! 7 horas e meia e pumbas! aterrávamos em Lisboa! Voar sozinha com os três é uma tarefa imensamente mais fácil se houver bom entretenimento a bordo. Desta vez até tiveram direito a ser fotografados com chapéus de comandante e hospedeira e depois a foto polaroid foi-lhes dada numa moldura de papel com o nome deles, data e número do vôo, assinatura das hospedeiras. Na Emirates mantêm-nos entretidos com comida, bebidas e filmes, o que a mim me parece muito bem.
Desde que chegámos, já nos fartámos de fazer coisas:
- Comprar uma máquina de lavar roupa
- Ir ao pingo doce (um clássico, não pode faltar!)
- Comer frango de churrasco
- Ir à praia
- Cortar os cabelos (todos menos o Afonso)
- Comer bolas de berlim e pastéis de nata (não podia faltar!)
- Tratar do acesso à internet (este através do qual vos escrevo, de seu nome Hotspot Kanguru, a ver no que dá)
Amanhã é dia de almoço com a família para pôr as saudade em dia e esta primeira semana vai servir para ir às compras (ainda há saldos??), visitar os médicos e estar por casa, a aproveitar o calorzinho que dizem que vai durar mais uns dias...
Ou uma mulher de Neanderthal por ainda usar o google reader? Bem, seja como for, mesmo sem a vossa ajuda descobri o Feedly, que até agora me tem parecido uma boa alternativa ao meu leitor anterior (por acaso graficamente até é bastante mais interessante, mas eu estava conformada com o da Google e nunca tinha explorado nada fora dali...). Tem uma app para iOS e Android e até agora, aparentemente, uma boa sincronização. Às vezes o reader demorava-me bastantes horas a actualizar os conteúdos e aqui parece não acontecer tanto.
Por enquanto estou contente e continuo assim a ler os meus conteúdos favoritos sem ter de andar à pesca pelos sites, o que me dá imenso jeito!
Eu sei que o Gaspar se demitiu, que a austeridade vai continuar ainda assim, que quem o vem substituir protagonizou uma confusão qualquer com umas coisas chamadas swaps, que o país não vai saír da cepa torta tão cedo e que o mau tempo vai voltar entretanto. Mas o que me preocupa mesmo é o estado do meu cabelo. Parece um esfregão Bravo. Mas não é um esfregão Bravo quando está novo. É um esfregão Bravo depois de puxar o lustro ao trem de cozinha todo lá de casa. Não sei se é da qualidade da água daqui, se do calor, se da humidade ou de tudo isto junto. A verdade é que o meu cabelo precisa urgentemente de ir para Portugal. Uns diazinhos a lavá-lo com a água do Oeste e parece outro.
Está quase!
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas