Esta manhã, em argumentação final para despachar o pequeno-almoço, digo
- Daqui a 2 minutos começo a distribuir galhardetes!!
- Ó mãe, o que são caralhetes?
Faço de conta que não ouvi, digo que o tempo está a contar e depois, já a caminho da casa de banho para lavar os dentes, nova investida:
- Há bocado não chegaste a dizer o que são cagaretes....
É cada vez menos bebé. Percebe tanta coisa que faz impressão. Quando chegamos a casa, digo-lhe "Senta-te no primeiro degrau e vamos tirar os sapatos". E lá vai ele, apressado, senta-se e começa a fazer um esgar de esforço como se estivesse a tentar tirar os sapatos com muita força. Às vezes digo "Vamos lavar as mãos, estão todas sujas" e ele olha para as palmas, verifica que estão sujas e franze o nariz e abana as mãos como que a dar-me razão. E tantas, tantas outras coisas que nem vou para aqui enunciar, não vão vocês achar que eu penso que o meu filho é o mais esperto de todos (é que de facto, eu não penso, ele é mesmo!)
Mas dizia eu que ele já não é bebé. E ainda bem. Qualquer dia já não vou precisar de sair à rua com a casa às costas, ideia que me deixa fascinada. Ontem fui conhecer uma bebé que nasceu há pouco tempo, filha de uma amiga. E estranhamente não me deu vontade de ter mais nenhum bebé. Digo estranhamente porque normalmente ver um recém-nascido dá-me vontade de desatar a ter mais filhos. Mas desta vez não. Achei-a deliciosa [há lá coisa melhor que um recém-nascido e o seu ar meio divino, meio animal (no sentido de cria, mamíferozinho voraz e com instinto de sobrevivência)]. Mas gostei de a ver, pegar-lhe e devolvê-la à proveniência. Não me apeteceu trazê-la para casa. Acho que três é mesmo a minha conta. Agora quero aproveitar, fazer coisas divertidas com eles, deixá-los crescer e explorar com eles as maravilhas que o futuro nos vai trazer. Sem bebés, sem hormonas aos saltos, sem stresses de leites maternos vs fórmulas, cólicas vs sono vs fome vs frio e todas as coisas que quando um bebé chora nos dizem que ele tem.
E estou quase, quase pronta para dizer (por enquanto digo só aqui, que ninguém nos ouve) que me apetece voltar a trabalhar fora de casa. E que o António, se depender da minha vontade, vai começar o seu percurso académico já em Setembro (inshallah!)
E cá estou eu, de volta à vida real. Gostei muito de estar de férias sem filhos, soube-me foi a pouco. Por mim tinha lá ficado mais duas semanas, sem problemas. E por eles provavelmente também.
Quando voltei a emoção foi mostrar-me o beyblade. A Francisca não me ligou grande coisa. O António não me largou mais. Estendeu aqueles bracinhos rechonchudos e não quis sair do colo durante bastante tempo, não fosse eu largá-lo e desaparecer outra vez. Mas passou muito bem a semana, como era de esperar.
Madrid é uma cidade com muito para se ver e para se fazer, mas a verdade é que nem fiz assim muito. Limitei-me, basicamente, a fazer o que me apetecia. E muitas vezes o que me apeteceu fazer foi....nada. Mesmo. Aproveitar o facto de ter tempo para não fazer nada. Fui aos museus obrigatórios, revi amigos que por lá vivem, fui ao retiro e pouco mais. Fui muitas vezes ao MacDonalds (ai se os meus filhos sabem disto...), algumas vezes a um ou outro restaurante melhorzinho. Fui matar saudades da Vaca Argentina e do chuleton quase cru.
No regresso, comprei um livro em castelhano, a ver se aprendo a falar correctamente.
Agora, uma semana depois de ter regressado, já ia outra vez...
A bem da verdade, há cerca de dois meses que nem blogue é, tal tem sido o desleixo.
Mas esta semana não é baby blogue porque os babies estão num lado da península ibérica e eu noutro. Estou em Madrid em passeio. E que bem me está a saber. Saudades? Claro. Mas estes dois ultimos anos foram muito intensos no que a filhos diz respeito. Ser mãe a tempo inteiro cansa bastante, mesmo com alguma ajuda...
Que bom é acordar sem despertador, passear, ver montras, museus, parques, armazéns El Corte Inglès (esta foi irónica, mas acho que nunca relatei aqui a minha inaptidão para comprar nesses grandes almacenes).
Ontem recebemos uma chamada tardia com saudades. O Afonso queria dizer-nos que conseguiu o seu tão desejado Beyblade (há lá pessoas mais fáceis de convencer que os avós??) e tremelicou a voz para nos dizer que tem muitas saudades nossas (graxista, que eu bem o conheço! eu tinha-lhe dito que beyblade era igual a prémio por bom comportamento e ele sabe que furou as regras ao pedi-lo aos avós).
O António queixou-se ao início mas agora já se resignou. Quando chegarmos é que vamos ver se está ofendido conosco ou não... A Francisca está igual a ela própria e já levou a avó a dizer que não consegue fazer nada dela... Só faz o que quer e não ouve ninguém; testa até ao limite as nossas capacidades e autocontrolo. Mas no fundo é uma querida. Acho que lhe vou levar daqui um abanico rôxo brilhante como ela tanto gosta.
Ainda nos falta ir às tapas y cañas ao final da tarde, mas está agendado. As noites têm estado óptimas, super quentes, só apetece estar em esplanadas. Madrid está cheia de turistas, é uma cidade com um movimento impressionante.
Sexta-feira estamos de volta!
UAU, Mãe! Compraste um carro novo!!
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas