Sempre que leio um blogue, perco aí dois a três segundos da minha leitura a pensar como será a voz da pessoa que o escreve. E não me venham dizer que isso acontece porque não trabalho, sou uma desocupada e não tenho mais em que pensar.
Esta questão assalta-me desde que leio blogues. A sorte é que conheço os autores de alguns, o que me reduz substancialmente o número de vozes que me entretenho a imaginar.
Ou antes, a Middle East do Futebol. Descoberto que está há pouco mais de 2 semanas o nebuloso significado de vuvuzela, eis que me deparo agora com outra coisa que não conhecia e, não fora um post particularmente gráfico, passaria todo um mundial de futebol sem conhecer: a jabulani. Só a uma ignorante como eu poderia ocorrer que a bola não tivesse nome, não é?
Faz hoje um ano que deixei de trabalhar fora de casa para embarcar nesta aventura no deserto. Eu também era daquelas que dizia "ai que horror, não trabalhar, que seca, viver para os filhos, que tédio, deixas de te sentir útil, a tua vida fica uma neura", etc, etc... Pois acho que foi dos anos mais úteis da minha vida. Fui um apoio muito importante para todos nesta casa e só a minha disponibilidade total permitiu que fosse assim. Ganhei em paciência o que perdi em stress. Estou a fazer uma coisa que neste momento me preenche e realiza a 100%. Não digo que nunca mais vou trabalhar na vida, pelo contrário. Quero voltar a trabalhar quando o António for para a escola (a não ser que a vida me obrigue a trabalhar antes disso...). Agora quero aproveitar, vê-lo crescer e ser eu a educá-lo nestes primeiros anos, cruciais para o seu desenvolvimento. É muito bom não viver a correr :)
Detesto sentir-me assim... Estava eu já mentalizada que os ia manter nesta escola que, apesar de não me deixar completamente descansada quanto a uma série de aspectos, até nem é má noutras coisas, quando me ligam de uma das (supostamente) melhores escolas daqui a dizer que têm duas lindas vagas para os meus dois lindos filhos.... A decisão seria fácil se não implicasse mudar de casa para o lado oposto do Bahrain habitável e prescindir de um trimestre já pago na escola actual (e aqui a coisa é a doer em termos de preços...). Há também o factor incerteza: será que a mudança compensa? Será que a outra escola é bastante melhor que esta ou será só reputação? Mas porque é que me vieram desinquietar agora, quando eu já estava (mais ou menos) conformada e resignada??
Detesto não saber o que decidir...
Não há nada melhor que as fardas escolares. Estou fã. Nunca mais quero bibes. O que nos poupa em roupa e em chatices pela manhã não tem preço.
Último da série meteorológica (ou talvez não; se na próxima saída este record for batido, ainda posto outro)
É o último dia do ano lectivo. Passou a correr, este ano. No final parece-me que o saldo é positivo, apesar das escolas daqui serem muito diferentes das escolas portuguesas. O Afonso aprendeu a ler, a escrever e a contar. Pelo meio ainda aprendeu a falar, a brincar e até a sonhar em inglês. A Francisca também já lê algumas palavras, mas, tal como no português, o seu discurso em inglês ainda é meio abebezado. Foi um salto enorme desde a última escola com um ambiente super livre, democrático e criativo até esta escola, mais tradicional e conservadora e a meu ver, mais redutora. Mas não vale a pena matar a cabeça com isso. Aqui não vamos encontrar melhor que isto e resta-me a solução de ter que fazer todo o outro trabalho em casa. No relatório da Francisca vêm coisas como "tem boas maneiras", "é boa estudante", etc. Não me faria confusão, se estivéssemos a falar de meninos da escola primária. Mas não. Ela esteve na sala dos 3 anos. Precisava de correr, brincar às casinhas, ou só brincar, mesmo que não fosse às casinhas. Mas naquela sala não há brinquedos. Há mesas e cadeiras para os meninos estarem sentados, há um quadro onde a professora "ensina a lição". Mas o mais curioso é que eles gostam. Brincam à hora de almoço e depois em casa, muito. Estão todos orgulhosos de tudo o que aprenderam e fazem questão de o demonstrar. Saem felizes da escola todos os dias e até já têm amigos. Para mim chega, por agora.
Mas as pessoas insistem em oferecer-me chocolates... E estes são dos melhores provei nos últimos tempos...
O miúdo pequeno também adora o food network. Hoje pediu-me para não mudar de canal enquanto estivesse a dar o Barefoot Contessa, o programa de uma senhora obesa muito simpática chamada Ina Garten que faz uns pratos com um ar delicioso.
Ó Lauryn, não era preciso incomodares-te a vir cá de propósito para me responder. Enviavas um e-mail e já estava...
Porque as coisas que ela faz são giras que se fartam, porque ela própria é gira que se farta e porque é minha amiga.
Vão lá. E comprem. Se não comprarem, pelo menos divulguem!
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas