De andar no 74. É um mini autocarro frequentado na sua maioria por velhotes que liga campo de ourique à gomes freire. Hoje não trabalhei e fui de campo de ourique às amoreiras, que são dois dos meus sítios preferidos para fazer compras. O 74 levava-me para o ginásio clube português e de volta a casa. Chegou a levar-me a sair à noite (não havia dinheiro para táxis, os trocos eram para os consumos da noite :-). Lembras-te, C., nós no 74 a passar em frente a sítios conhecidos com gente conhecida e a baixarmo-nos para não sermos vistas? Uma pessoa tinha uma reputação a manter, não podia ser apanhada a ir para a noite de autocarro! Dávamo-nos ao trabalho de sair umas paragens antes para não sermos vistas por ninguém...
Gostava muito que alguém me respondesse a algumas inquietações dos últimos tempos:
Porque é que não consigo encontrar facilmente fatos de banho (inteiros) para uma menina de três anos? (tenho feito figuras lamentáveis nas lojas, onde me dizem que só têm fatos de banho até aos dois anos, tamanhos maiores, só em bikini - com parte de cima e tudo!!???)
Porque é que algumas meninas andam calçadas com sandálias de cunha (aí com uns 7/8 cm - se não acreditam, olhem para uma prateleira da secção infantil da seaside) aos 4/5 anos?
Porque é que a minha filha, aos três anos, é das poucas criaturas da sala da creche que nunca pintou as unhas na vida? (aqui a pergunta é mais ao contrário - porque é que as outras levam as unhas pintadas??)
Porque é que gostamos de vestir os nossos filhos como se fossem mini adultos? O tempo para os vestir como crianças é agora. Hão de ter tempo para se vestirem como adultos, calçarem como adultos, usarem acessórios de adulto. Deixem-nos ser crianças agora, isto passa tudo tão rápido...
Demorei 2 (duas!!!) horas a chegar ao hospital CUF Descobertas. Tinha saído uma hora antes da hora do exame porque calculei que sendo 2ª feira e estando a chover, não ia ser fácil. Bom, pelo menos assim só cheguei uma hora atrasada ao audiograma que estava marcado para o Afonso. O resultado, o de sempre. Está um bocadinho alterado, nada que o impeça de ouvir ou manter uma vida normal, mas de vigiar. OK. Passo seguinte, consulta de pediatria no hospital da luz. Chegamos mesmo em cima da hora marcada, o atraso anterior fez-nos ter que esperar por um buraquinho na disponibilidade da técnica de audiologia. Chegados à Luz, uma fila de 20 carros para entrar no parque e uma desgraçada de uma cancela que abre a conta-gotas. Respira, Vanda, conta até 100 e volta para trás. Escusado será dizer que depois de 2 horas enfiados no trânsito, os pequenos já estavam nos rituais de cretinice no banco de trás (Ó mãe ela cuspiu, ó mãe ele disse cocó, ó mãe ele está a cantar mal, ó mãe ela está a rir-se, ó mãe ele disse chichi e pilinha). 15 minutos depois entro no parque, para a nova aventura de encontrar o lugar que vagou e permitiu que a cancela se abrisse para eu entrar. Carro estacionado no piso -3. Mais uma eternidade à espera de elevador. Ufa, finalmente chegou! Pois chegou mas não sobe. Elevador fora de serviço, diz a voz electrónica de uma senhora que não percebe nada das pressas desta vida e de uma manhã que já ia longa e pouco produtiva. Toca tudo a sair do elevador, nós os 3 mais as pessoas todas que lá iam dentro. Volta a esperar por um que não esteja fora de serviço e por fim lá chegámos. A pediatra observa um, observa outro. Espanta-se com o crescimento (15cm!! no espaço de 1 ano) da Francisca, diz que se espanta com o do Afonso para ele não ficar triste. Espanta-se com o peso da Francisca (17,8 kg), diz que se espanta com o do Afonso para ele não ficar triste. Mede-lhe a pressão arterial e explica-lhe o quão crescido ele é pelo facto. Diz-me que a pressão do miúdo é 7(máx) 5(min) e perante o meu ar assustado a achar que ele vai desta para melhor, diz-me que o valor é óptimo para a idade. A seguir, vou pagar e ele pede-me para ir brincar com os brinquedos da sala de espera. De repente, olho e vejo o miúdo a portar-se que nem um selvagem na zona das brincadeiras. Chegou lá, descalçou-se e agiu como se aquilo fosse tudo dele. Corria e gritava de um lado para o outro como se estivesse possuído. E eu ao balcão, longe dele, sem poder fazer nada e a sentir o sangue a latejar-me nas veias. Não me passei ali (nem sei bem como) e levou a reprimenda a caminho do carro. O almoço foi McDonalds e eles, pelo presente do Happy Meal, até fingem que adoram aquilo.
Bem, já estou cansada do relato e calculo que vocês estejam de o ler. Houve mais, muito mais, neste dia que tirei de férias para ir com eles aos médicos e que acabei quase a precisar de um. Houve sumos entornados pela roupa dos dois, houve línguas mordidas que deitaram sangue e tudo, houve cabeçadas em vidros, houve quedas do sofá, pontapés e estaladas e safanões um no outro.
No fim do jantar, servi-lhes um chá "Noites Tranquilas" da Lipton. Alguém conhece um chá "Vidas Tranquilas"? É que me dava um jeitão...
É verdade, dois anos se passaram desde o primeiro post. Para comemorar, lembrei-me de promover o passatempo Umbigo. Puxem pela cabeça e escrevam uma frase com as seguintes palavras: Afonso, Francisca, pestes, fim de semana, relax, Primavera.
O prémio é.........TCHARAN!
Um magnífico,
Fantástico,
Divertido,
Inigualável
fim de semana em regime de dedicação exclusiva com as duas estrelas desta companhia (refiro-me às mais pequenas, evidentemente).
Então... hum? Ninguém? Vá lá, mostrem toda a vossa criatividade que o prémio vale bem a pena :-)
Vá, podes ficar calminha e tirar o disfarce de mãe
Hoje disse que o jantar sabia a parecia ração.
"'Tou, Dona Vanda, fala o Gouveia da 3ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa".
Não conheço o homem, nunca tinha contactado a 3ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (diz que foi nessa que o Afonso foi registado, eu não garanto porque não me lembro do acto), mas presto as informações que me pede, porque é por causa delas que o cartão de cidadão do miúdo está pendurado.
No outro dia vi uma senhora nórdica a passar-se com o filho no metro. E não foi bonito. Foi um senhor passanço. Afinal os nórdicos, esse povo elevado, também se passam com os putos de vez em quando. Fiquei aliviada, afinal temos coisas em comum com eles. Podiam era ser outras coisas (mais relacionadas com educação, saúde, etc.). A diferença, neste caso, foi que a senhora, por ser tão branca, ficou arroxeada. Nós, no máximo, coramos um bocadinho.
Já o miúdo utilizou uma linguagem universal - cruzou os braços, fechou o semblante e "amarrou o burro".
A senhora que me conduz de vez em quando anda a dar cursos de condução defensiva aos colegas, só pode!
Não, não é por causa dos quase 30º que se fazem sentir este fim de semana. É que o mulherio anda todo armado com uns líquidos escuros armazenados em garrafas de água de meio litro. Eu também devia aderir à moda, já que estou de relações cortadas com o meu biquini. Os chouriços, pão, queijos e doces intriguistas de um raio puseram-me assim. E agora o meu biquini está zangado comigo. E eu com ele. E com os chouriços, pão, queijos e doces.
Vou ali comprar um desses drenantes e já volto.
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas