...Mudar os títulos de alguns posts só porque te irritam.
O grau de pirosice aguda está a subir em flecha. Na sexta-feira uma das actividades da Francisca foi "fazer unhas de gel". Mais umas quantas destas e acho que me passo. É que as senhoras nem sabem que eu ando desejosa para ver o efeito MEM na Francisca.
Acho que inscrevi a miúda na Academia Infantil das Rutes Marlenes desta vida e não sabia...
Ficou o máximo, a parede!
Estes autocolantes foram uma bela ideia e um óptimo presente; vieram desta loja e são uma excelente alternativa a paredes pintadas com cores ou papéis de parede difíceis de aplicar.
Resta-nos agora dizer-vos para virem cá jantar e ver como ficou, ao vivo e a cores!
Por mais tempo que passe, não consigo habituar-me a alguns sítios desta cidade. Acho espantoso o ar anestesiado com que as pessoas andam na Praça da Figueira. Naquele sítio há muita miséria humana por m2, mas ninguém a vê. Ou se vêem, não lhe ligam. Já li algures nesta blogoesfera que a assépcia do Chiado era confrangedora; que a decadência da Praça da Figueira tinha uma beleza genuína. Pois eu não consigo passar indiferente a todo aquele ambiente. Indispõe-me, sinceramente. Já lá vão 18 meses e não me habituo àquele espectáculo da Lisboa deprimente, feia e miserável. A estética da dor a mim não me diz nada.
Quem me dera ter calos nos olhos como o resto das pessoas. Será que falta muito?
Era em dias como o de ontem que eu gostava de saber tricotar.
Acho sempre uma certa graça quando vejo os nossos políticos encherem a boca para falar da parentalidade como valor sociai eminente, revestido de importância nuclear para a nossa sociedade e para nosso desenvolvimento enquanto país e o resto da conversa do costume que, de tão repetida, já se tornou banal para nós, que a ouvimos todos os dias. Depois, vêm os novos códigos do trabalho (para uns) e o novo regime do contrato de trabalho em funções públicas (para outros) e apercebemo-nos de que, se queremos protecção da parentalidade, temos que a comprar. Por isso acaba por ser simples, como tudo o resto. Se queremos educação e saúde em condições, pagamos. Se achamos que somos as melhores pessoas para acompanhar os nossos filhos enquanto eles são pequenos, temos sempre a hipótese de trabalhar menos horas que os outros, desde que as paguemos do nosso bolso. Além do mais, ainda levamos com os olhares reprovadores das pessoas que trabalham connosco a pensarem para dentro (e se calhar em alguns meios, para fora) que o que nós somos é uma cambada de preguiçosos que não queremos trabalhar. Claro que aqui o conceito de trabalho não é linear. Pode simplesmente passar por estar oito horas por dia no local de trabalho, mas isso já não interessa nada. Gostava de ver, daqui a uns anos, nalgum relatório, quantas pessoas puderam abdicar de 50% do seu ordenado durante 2 ou 3 anos para poderem acompanhar os filhos.
Mais vale assumir de vez que a conciliação entre a vida pessoal e profissional se faz através de actividades de substuição dos pais (alargamento da rede e dos horários de funcionamento das infraestruturas como creches, infantários, ATL, etc). Agora não escrevam que "A mãe e o pai têm direito à protecção da sociedade e do Estado na realização da sua insubstituível acção em relação aos filhos, nomeadamente quanto à sua educação." É bonito, mas hipócrita. Não há necessidade.
.... as tentativas de fazer disparates sem que eu me aperceba. Dormem no mesmo quarto, numa cama tipo beliche. Começam por se meter um com o outro discretamente, mas com o entusiasmo deixam de se aperceber que estão a fazer imenso barulho e obrigam-me a ir ao quarto deles acalmar as hostes. Da primeira vez, ouviram os meus passos escada acima e com grande estardalhaço e chiuuus de um para o outro pelo meio, lá voltaram às suas posições. Disse-lhes que não queria mais confusão.
Quase me enganaram, mas um ruído da cama denunciou-os. Então, fui pé ante pé escada acima, descalcei-me perto da porta do quarto, sem acender luzes e... estavam os dois fora da cama, a fazer nem sei bem o quê. Endureci o discurso, anunciei castigos terríveis e drásticos caso não sossegassem imediatamente.
Ri-me a bom rir por dentro. É que eles não sabem que é preciamente para fazerem destas que dormem no mesmo quarto.
É ter o meu McDreamy no sofá comigo a suspirar de tédio de cada vez que aparece a Meredith com "aquela cara de parva, esquisita, sonsa e estúpida, que pelo ar já fez 20 plásticas". Sem ti, a terça à noite não tem metade da piada. Mesmo que passes esses 50 minutos entre as 22:40 e as 23:30 de comando na mão a revirar os olhos a cada cena mais lamechas.
As terças à noite voltaram a ser o que eram! A Meredith está de volta com o seu McDreamy, para a 4ª série da Anatomia de Grey.
PS: eu sei que há coisas chamadas DVD, que contêm todos os episódios de determinadas séries, mas que querem? Sou uma rapariga conservadora: gosto de ver as séries uma vez por semana, quando são transmitidas na televisão. É uma espécie de rito.
Nós, os pais do século XXI somos umas criaturas estranhas. Devoramos bíblias brazeltonianas, adoramos o Senhor Deus Mário Cordeiro, veneramos o santo Paulo Oom. De vez em quando até conseguimos tirar algum proveito das verdades lapalissianas do magnânimo Eduardo Sá. Fazemos preparação pré parto, para-parto, meta-parto, pós parto. Cursos de parentalidade responsável e de educação positiva. Como dar de comer ao bebé, como arrotar o bebé, como lavar o bebé, como lidar com o bebé, coaching para pais (modernos, claro está). Inscrevemo-los em todas as actividades que podem valorizar a formação da sua personalidade e torná-los pessoas melhores.
Depois, passamos o jantar a dizer mal do chefe, do vizinho, do amigo, da vida (de preferência com a TV ligada para ver a novela). Atravessamos fora da passadeira com os míudos a toque de caixa porque temos pressa (toda a gente sabe que somos pessoas super ocupadas e andamos sempre com pressa para tudo). Praguejamos contra tudo e contra todos no trânsito. Enchemos os miúdos de batatas fritas, refrigerantes e doces porque coitadinhos, passam tantas horas sem nós e temos que os compensar!Além do mais, se não lhes damos armam um escarcéu. Compramos Playstation, Gameboy, PSP e telemóveis porque os outros têm todos. Achamos óptimo o facto de os ter completamente na mão graças à existência destes aparelhos (faz tudo o que lhe peço, porque já sabe que se não fizer, acabou-se a playstation!) Não cedemos o nosso lugar nos transportes públicos a quem precisa porque trabalhamos muito e vamos cansados. E fazemos isto em modo repeat quer estejamos sozinhos quer estejamos com eles.
E acho que se continuasse, este post não tinha fim...
Depois, muito espantados, achamos que criámos pequenos ditadores sem respeito pelos pais, que sempre lhes quiseram dar tudo o que há de bom e de melhor.
.... A ver se o meu filho me passa a dar mais crédito...
"Mãe, fvjbvkja ajgb (ou alguma coisa imperceptível como esta) é inglês?"
"Não sei, Afonso, não conheço essa palavra. Nem sequer consigo perceber o que estás a dizer. Podes repetir?"
"Humpf, não vale a pena. Já calculava que não me soubesses dar a resposta, nunca me sabes explicar nada!"
(a ingratidão é uma coisa muito feia, sabias, meu menino?)
MEM - Movimento Escola Moderna
É a pedagogia utilizada na escola do Afonso. É assente em pressupostos diametralmente opostos aos da escola tradicional. Baseia-se num modelo de educação democrática e participada. As crianças são parte activa na sua aprendizagem e são chamadas a decidir (sempre orientados pelo educador ou professor, claro) sobre vários aspectos do seu dia-a-dia. Estabelecem objectivos e gerem o seu tempo de acordo com eles. Durante uma semana, por exemplo, podem escolher quais os dias em que vão fazer as actividades que estão planeadas e podem, com alguma flexibilidade, organizar e gerir o seu tempo da maneira que mais lhes convenha. No fim da semana têm uma reunião (a reunião do conselho) em que avaliam a semana que passou. Identificam o que correu melhor, o que correu pior e fazem propostas de melhoria para a semana seguinte. Além disso, sempre que trabalham em algum dos projectos que escolheram (o Afonso tem o projecto dos dinossauros, claro), apresentam o trabalho aos amigos. Têm também atribuições e tarefas diárias (organizadas semana a semana, nas reuniões do conselho). As tarefas passam por coisas como: organização da biblioteca, organização do refeitório (contar os amigos e pôr os talheres nas mesas), preenchimento do quadro da meteorologia, garantir que o quadro das presenças está actualizado, verificar se as casas de banho ficam em condições depois dos momentos de higiene (informando os adultos se alguma coisa estiver mal, para que seja corrigida), ser o presidente do conselho (consiste em orientar a reunião do conselho, dando a vez aos que querem falar e dirigindo os assuntos). São muito incentivados a raciocinar criticamente, procurando informação em meios como a internet, brincam que se fartam no meio disto tudo. Aprendem a sério, a brincar.
O que o Afonso ganhou em autoestima, autoconfiança, alegria e desenvolvimento intelectual nestes poucos meses faz-me pensar que andámos a perder tempo precioso no ano passado.
Apesar dele dizer que quer ficar comigo em casa quase todos os dias, vejo-o feliz e integrado como nunca o vi o ano passado. Com amigos e amigas que gostam dele e com quem ele gosta de brincar e conviver.
Saiu-me meia tonelada de cima dos ombros.
A Francisca agora está sempre a dizer que nos põe de castigo sentados na despensa. O que é estranho, porque cá em casa nunca lhe dissemos isso...Vou ter que ir perguntar na escola o que é que se passa... Será que eles põem os miúdos de castigo na despensa? Juntamente com os detergentes e desinfectantes e essas coisas tóxicas todas? Ou será que só os ameaçam, a ver se pega??
Para qualquer uma das opções, valha-nos Nossa Senhora, que isso sim, seria um sarilho que nem Alá imagina!
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas