Tem menos destaque aqui neste cantinho, principalmente porque a concorrência é feroz... É difícil competir com a fase engraçado-espontâneo-às-vezes-parva do irmão. Mas aqui ficam algumas coisas sobre a Francisca que iremos gostar de recordar daqui a uns tempos:
Vocabulário:
- Choncho (Afonso); depois, perante a fúria dele que diz que não é choncho, ela corrige para Achoncho;
- Chucha (diz na perfeição, apesar de ser sopinha de massa);
- Remata as frases com aiéin? (está bem?);
- Qué tóia (quero uma história);
- Ciu (bacio)
- Peixe
- Carrrr (carro, com os érres muito carregados)
- Pupa (desculpa), sempre bem inserido no contexto - já sabe bem quando deve pedi-las e normalmente são dirigidas ao irmão, que a moça tem a mão sempre a postos...
Por norma, corta sempre as primeiras sílabas das palavras, tentando imitar tudo o que dizemos.
Manias:
Gosta de levar a almofada (óó) dela quando sai da cama para se vestir e mudar a fralda. Põe a almofada no nosso ombro e encosta-se. Depois, quando está a ser vestida, apoia a cabeça dela na almofada e fica toda refastelada;
Gosta de beber o leite (tinho) na cama, antes de se levantar;
Agora, além da chucha, pede sempre uma fralda de pano (a tita) para encostar à cara;
É completamente fã da sua chucha;
Não gosta de se deitar sem antes ver a cadela dos vizinhos e dizer-lhe adeus;
Está constantemente a tirar os sapatos e as meias;
Adora lavar os dentes (e comer pasta dentrífica);
Tem medo do portão da garagem; quando estacionamos dentro da garagem, sai a correr do carro e senta-se aí no 3º degrau da escada de acesso a casa com um ar apavorado;
Com dois anos, sempre que se apercebe que a roupa que lhe quero vestir era do irmão, tenta impedir-me. Não porque seja vaidosa, mas porque acha que me estou a enganar e tenta fazer-me perceber, afastando a roupa e dizendo "choncho! choncho"
Esta é uma vantagem das creches e jardins de infância - temos sempre presentes no dia da Mãe e do Pai. Normalmente são artefactos com grande utilidade e, nestas idades, com uma contribuição total deles. Este ano, calharam-me estes:
Postal com poema lá dentro - Afonso
Porta-chaves - Afonso
Papel de embrulho - Francisca
Saco de cheiros - Francisca
Isto é que é "Brincar aos animais".
Eu fico sempre de fora, a ver, petrificada, quando é que se vão esborrachar os 3 no meio do chão.
Mas, bem, bem lá no fundo, até acho uma certa graça a este ritual dos sábados de manhã....
Acho que este foi o animal preferido do Afonso.
As tímidas festas a uma ovelha adormecida (eram os alvos preferidos devido à pouca probabilidade de reagirem)
O fim de semana prolongado começou com uma passeata. Rumámos a Sul, desta vez com bastantes menos malas e bagagens do que o habitual. Benditos 2 e 4 anos de idade, que já não nos obrigam a andar com a casa às costas! Começámos por uma visita à OVIBEJA, que criou no Afonso bastantes expectativas em relação ao que por lá iria encontrar. Animais de quinta, que ele queria afagar e mexer. Pelo menos até ao momento em que os viu... Estavam em cercas, perfeitamente alcançáveis pelas suas pequenas mãozinhas, mas o tamanho de alguns e o nervosismo de outros fizeram-no vacilar e temer os bichos. Passado o pavilhão em que estavam os animais, fomos às tão desejadas (pelo menos por mim e pelo Francisco) tasquinhas. Pedimos um petisco para o lanche, mas desde logo nos apercebemos que o Afonso não o estava a saborear com a emoção do costume. Estava desiludido consigo mesmo por não ter sido capaz de mexer nos bichos. É que esse tinha sido o motivo que o tinha levado a ficar tão excitado com este passeio. Imaginou-se a mexer em tudo o que era bicho e depois não conseguiu. Parou de comer a meio do lanche e pediu-nos para voltar aos bichos antes de irmos embora. Lá fomos e ele fez algumas (tímidas) festas a alguns dos animais. O que uma pessoa não faz pela auto-estima dos filhos: o cheiro era nauseabundo, os corredores estreitos, os animais estavam com um ar infelícissimo naqueles poucos m2 que lhes estavam destinados, havia bostas de vaca espalhadas pelo chão (imaginam o tamanho e o cheiro dos dejectos de um boi com mais de 500 kg??). Enfim, foi o momento rural do fim de semana. Depois fomos até ao Algarve, onde o tempo desiludiu um bocado. Havia muito vento e não fizemos praia. Deu para mudar de ares, mas ficou aquém das expectativas. Para eles deve ter sido divertido o facto de dormirem em camas "de crescidos", juntas para assegurar que não havia quedas a meio da noite. De manhã e depois da sesta, a Francisca estava sempre enfiada na cama do irmão, a fazer de tudo para o acordar, umas vezes, outras só encostada a ele, aninhada à espera que acordasse ou que os fossemos buscar para retomar ou iniciar as actividades do dia. Domingo, dia do regresso, foi mais maçador para eles. Fomos por Castro Marim, almoçámos em Alcoutim e depois subimos até Moura e Amareleja para conhecer a maior central solar do mundo. Jantámos (muito mal) em Évora e chegámos a casa a desoras, estafados e sem vontade nenhuma de que o dia seguinte fosse 2ª feira (falo por mim, mas eles com certeza sentiram o mesmo!)
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas