Está mesmo frio aí, não está? Hoje é dia de me despedir dos meus calções, chanatas e t-shirts e preparar-me psicologicamente para as birras do António quando, antes de sair para o aeroporto lhe quiser vestir os calções pelos tornozelos (vulgo calças) e as motas (also known as botas)....
Foi de passeata. Saímos de manhã para ir buscar as toalhas de praia/mochilas que tinha encomendado à Inês "Maria Café" Duarte. Como fui parar àqueles lados almoçámos em Cascais, na Capricciosa (já estava com saudades de comida italiana!) e a seguir fomos ao Santini. Eles andavam tão desgostosos com as minhas descrições dos gelados italianos que resolvi tentar compensá-los com um geladinho dos que dizem ser os melhores destas bandas (qualquer semelhança entre o chocolate que a Francisca comeu e os que nós comemos pelas Itálias é mesmo pura coincidência - como é que os italianos fazem??). Eu não pedi nada para mim porque nestas coisas há sempre alguém que não consegue comer tudo o que pediu. Sou a mãe-hiena. Eles caçam e eu como os restos... Depois encaminhámo-nos para os lados de Sintra porque tínhamos ficado de ir um dia às piscinas de água salgada da Praia Grande. Andámos um bom bocado a passear por Cascais, Guincho, Malveira da Serra, Colares, etc, a fazer tempo para fazer a digestão e deixar as horas mais críticas de sol passar. Quando chegámos à praia grande, era impossível estacionar. Montes de gente, montes de carros e apesar de estarem a levar com uma ventania desgraçada nas fuças e uma rebentação violenta nos costados, não havia muita gente a sair da praia às 4 da tarde. Assim, continuámos o passeio pelas azenhas do mar, Janas, terrugem e em menos de nada estávamos a espreitar a praia de São Julião. Vendaval desgraçado e ondas do demo. Continuámos. Fomos parar à Foz do Lizandro. Vento, areia, frio, o costume. Assentámos arraiais na areia, resistimos ali durante um bocado ao frio e ao vento e viemos embora. Mais um dia feliz!
A mãe desleixada descontraída em que me transformei deixou a filha do meio pôr o mais novo a fazer chichi, ouviu o pequeno dizer "Já estááááááá!" (sinal de que não foi só chichi, afinal!) deixou a do meio ir lá resolver o assunto (limpar o rabo ao petiz, portanto) e só verificou o resultado da operação duas horas depois, na altura do banho.
Férias são férias, meus amigos!
Ainda não aterrei bem aqui. Já levei uma multa por estar a conduzir e a falar ao telemóvel (mas não se pode? ora que chatice, dá tanto jeito!É verdade que sendo o carro de transmissão manual a coisa é mais difícil cá, é preciso mais coordenação, mas ainda assim...) Quando o António me chama da casa de banho a dizer "já estááááááá" ainda procuro o chuveirinho ao lado da sanita para a limpar (e a falta que me faz cá o chuveirinho? quem diria?); ontem, quando li nas notícias que o Presidente da República ia falar ao país às 20h30 pensei "Ora bolas, já não vou conseguir ver porque aqui só vai dar às 23h30!".
Mais valia não ter visto, realmente...
O vôo foi bastante bom, Deus conserve a ligação directa Dubai-Lisboa, que é do melhor! 7 horas e meia e pumbas! aterrávamos em Lisboa! Voar sozinha com os três é uma tarefa imensamente mais fácil se houver bom entretenimento a bordo. Desta vez até tiveram direito a ser fotografados com chapéus de comandante e hospedeira e depois a foto polaroid foi-lhes dada numa moldura de papel com o nome deles, data e número do vôo, assinatura das hospedeiras. Na Emirates mantêm-nos entretidos com comida, bebidas e filmes, o que a mim me parece muito bem.
Desde que chegámos, já nos fartámos de fazer coisas:
- Comprar uma máquina de lavar roupa
- Ir ao pingo doce (um clássico, não pode faltar!)
- Comer frango de churrasco
- Ir à praia
- Cortar os cabelos (todos menos o Afonso)
- Comer bolas de berlim e pastéis de nata (não podia faltar!)
- Tratar do acesso à internet (este através do qual vos escrevo, de seu nome Hotspot Kanguru, a ver no que dá)
Amanhã é dia de almoço com a família para pôr as saudade em dia e esta primeira semana vai servir para ir às compras (ainda há saldos??), visitar os médicos e estar por casa, a aproveitar o calorzinho que dizem que vai durar mais uns dias...
Basicamente, para além de comer, beber e estar com os nossos, fomos a Portugal às compras de mercearias. Um novo conceito de compras do mês; neste caso, comprámos para 6 meses, que é o tempo que demora até irmos aí outra vez aviar-nos. Desta vez não nos limitámos ao vinho e ao bacalhau, estamos a aperfeiçoar-nos: trouxemos, além do vinho tinto e do bacalhau, aguardente velha, vinho do Porto, queijo da ilha, enchidos vários, cápsulas de café, geleia de marmelo caseira, folhas de gelatina e chocolate em pó. Quem gozar com estes dois últimos itens da lista, não prova nada do que eu fizer aqui em Abu Dhabi com eles! Claro que, nos últimos dias a actividade dominante foi refazer malas. Tira desta, põe naquela, estas roupas não fazem assim tanta falta, mete mais vinho, a massa de pimentão está a verter, vai ter que ficar, etc... Uma animação, como sempre. Pensamos sempre que desta vez é que não vai haver stresses com os excessos de bagagem, mas esse dia não há meio de chegar. Temos sempre que acabar por deixar alguma coisa que contávamos trazer.
E na minha barriga, ancas, rabo e coxas. Fomos a Portugal fazer o que sabemos melhor: comer, beber e conviver. O resultado foi bom mas agora não é bonito.
Tenho 4 kg de enchidos, vinho e doces espalhados nas zonas estratégicas do meu corpo.
Esperam-me longos e árduos meses para reparar o estrago de duas semanas...
Segundo os meus filhos mais crescidos:
O único (tretas!!!) presente de Natal que eu queria mesmo, mas mesmo, era ir passá-lo a Portugal com os avós, os tios e os primos.
Somos uns corações de manteiga e já cá estamos!
Surpresa!
Já se passou no Verão, em Portugal. Estávamos de férias no Algarve com os primos e houve brincadeiras quase todos os dias até às tantas. Um dos meus sobrinhos, de 4 anos, estava sempre a querer brincar aos médicos com a Francisca. E não sei porquê nunca queria que o Afonso brincasse (a maldade é toda nossa, mas que cheirava a esturro não há dúvida :-)). Uma dessas vezes o Afonso insistiu que queria brincar com eles e foi sendo sempre despachado prontamente pelo T., que dizia estar a brincar sozinho com a Francisca e não queria mais ninguém na brincadeira. Até que, perante a insistência do Afonso, o rapazinho teve de se render e deixá-lo participar na brincadeira. "Pronto, podes brincar!" disse ele, baixando os braços. Olhou em volta e disse, apontando para o sofá "Mas tens que ficar aqui, na sala de espera!"
Conseguiu fazer com que o Afonso não se sentisse excluído da brincadeira e ao mesmo tempo continuou a brincar sozinho com a Francisca, como queria.
Aterrámos no deserto. Faz hoje uma semana. As crianças já estão todas nas escolas, as rotinas mais ou menos normalizadas e acredito que para a semana já tudo esteja mesmo em velocidade de cruzeiro. A viagem para cá foi mázinha. Pior só se o avião se tivesse despenhado. Ok, não foi tanto assim. Mas foi má. Chegámos à Portela com duas horas de antecedência, o que para nós foi um recorde. Ao olhar para o placard das partidas, vemos que o nosso vôo para Heathrow está atrasado uma hora e dez minutos. A escala em Heathrow era de duas horas, e ficámos logo a pensar que já não íamos conseguir a ligação para Abu Dhabi. No balcão de check-in perguntámos o que poderíamos fazer e dissseram-nos que tínhamos que embarcar na mesma porque nada nos garantia que depois em Heathrow a ligação para Abu Dhabi não se atrasasse também e ainda havia esperança de conseguir apanhar esse vôo. Fomos para a zona dos cafés, uns super excitados como sempre, outros dois a stressar com a possibilidade de ficar um dia presos em Londres. Vamos acompanhando a evolução do quadro das partidas e o nosso vôo vai mudando a hora de partida. A última versão dava-nos conta de um atraso de hora e meia. Acabámos por saír com duas horas de atraso e chegámos a Londres uns 15 minutos antes da hora de partida para Abu Dhabi. A versão espanhola do nosso nome soou nos altifalantes do avião (porque raio é que os ingleses nunca acertam com a maneira de dizer o nome??), a pedir aos outros passageiros que nos deixassem ser os primeiros a sair. Claro que toda a gente se borrifou e, mal o avião aterrou, desapertaram os cintos, abriram as cabines da bagagem de mão e puseram-se nos corredores estreitos à espera que as portas se abrissem. A família dos 5 atrasados que se lixasse. Assim como assim para nós era indiferente. Faltavam 15 minutos para o outro avião descolar, estávamos a aterrar no Terminal 1 e ainda teríamos que apanhar um comboio para o Terminal 4. Nem um milagre nos salvaria. Heathrow é maior que a cidade de Lisboa (ou pelo menos é a impressão que dá quando se tem que andar a correr de terminal em terminal) e só se o vôo estivesse atrasado umas boas 2 horas é que podíamos ter alguma hipótese. Tínhamos uns funcionários do aeroporto à nossa espera à saída do avião. Indicaram-nos o balcão da TAP e lá fomos nós, recolher o nosso voucher para o hotel, refeições e transportes de e para o aeroporto. Passámos lá as restantes horas até ao vôo seguinte, que aconteceu às 9 da manhã do dia seguinte. Nem conseguimos aproveitar o facto de estarmos em Londres para ir passear. Chegámos ao hotel perto das 4h30 da tarde e estávamos junto ao Terminal 5 de Heathrow, que é bastante longe do centro de Londres. Não tínhamos almoçado porque a TAP serve umas sandochas e já vamos com sorte e além de tudo o resto os miúdos estavam estafadíssimos de tanta ansiedade e correria. O tempo estava anormalmente quente para Londres, o que foi uma sorte porque nos permitiu não tiritar de frio, dado que toda a nossa bagagem de porão, onde iam as roupas, tinha ficado no aeroporto. Connosco só tínhamos a bagagem de mão. A minha sorte foi que, em Portugal, à última da hora, tivemos que tirar roupa de uma mala e pô-la na bagagem de mão porque estávamos com excesso de peso na bagagem de porão (há coisas que nunca mudam, por mais experiência que se tenha!) E a roupa dessa bagagem de mão calhou a ser toda minha, a única pessoa que conseguiu ter roupinha lavada para vestir na manhã seguinte. Tinha levado umas mudas de roupa para as crianças mas mais nada... Depois, na manhã do vôo, correu tudo bem. O avião saiu a horas e chegámos a Abu Dhabi por volta das 6 da tarde de sábado. A única coisa chata foi que nos puseram separados. Eu sozinha com os três numa fila de 4 e o Francisco seis filas mais para trás, sentado entre duas outras pessoas. Nestas situações normalmente as hospedeiras pedem para se fazer uma troca com outro passageiro, mas neste caso quem é que ia querer trocar um lugar ao pé do corredor por um lugar entre duas outras pessoas? Ninguém!
Claro que no domingo já ninguém foi à escola e a única pessoa que teve que ir trabalhar nesse dia fê-lo com muito sacrifício. Três horas a mais significa uma grande alteração e adaptação do nosso corpo. Nesse dia, o despertador tocou às 7 mas o nosso corpo dizia-nos que eram 4 da madrugada e só apetecia ficar na cama a recuperar. Lição a reter para o ano: vir uma semana antes da escola começar para a adaptação ser menos violenta e para não haver imprevistos e coisas resolvidas à pressa para começar o ano lectivo.
Carro na revisão. Eu com carro de aluguer. Precisava de ir a Lisboa esta manhã e, já sabendo disso, passei o dia de ontem a auto-mentalizar-me "não podes passar com o carro de substutuição na Via Verde, não podes passar com o carro de substutuição na Via Verde, não podes passar com o carro de substutuição na Via Verde, não podes passar com o carro de substutuição na Via Verde, não podes passar com o carro de substutuição na Via Verde, não podes passar com o carro de substutuição na Via Verde, não podes passar com o carro de substutuição na Via Verde, não podes passar com o carro de substutuição na Via Verde".
Hoje de manhã fui deixar o meu carro na oficina e continuei o mantra "não podes passar com o carro de substutuição na Via Verde, não podes passar com o carro de substutuição na Via Verde, não podes passar com o carro de substutuição na Via Verde, não podes passar com o carro de substutuição na Via Verde, não podes passar com o carro de substutuição na Via Verde, não podes passar com o carro de substutuição na Via Verde".
A caminho de Lisboa, adivinhem o que aconteceu?? Passei com o carro de substutuição na Via Verde! Pior ainda, só dei por isso quando já estava a chegar a Lisboa e não tinha o título de portagem. Não tinha ideia nenhuma de ter passado na Via Verde. Não tinha ideia nenhuma sequer do percurso até ali. Vim completamente em modo piloto automático durante uns bons 25 km... E agora tenho uma carta registada para escrever aos senhores da Brisa, no prazo de uma semana, se não quiser pagar o valor total da portagem cobrada naquela autoestrada. De falta de ocupação não me posso queixar estas férias...
*e quando passo dias a fio a lembrar-me que se aproxima o aniversário de alguém e depois no próprio dia, pumbas, varre-se-me da memória e nem ligo à pessoa?
Quando uma pessoa entra pela primeira vez num cabeleireiro para arranjar as unhas e tem que se certificar que não acabou de entrar numa casa de alterne, a atitude mais lógica é fugir dali a sete pés, não é? E se depois disso, vê a cabeleireira/menina a "ripar" a franja a uma cliente, é asneira insistir em ficar ali para fazer a manicure, ou não? Ainda assim, decidi dar o benefício da dúvida e ficar. As cabeleireiras têm de certeza um part-time ali para os lados do Intendente, mas à falta da minha manicure do costume e de oportunidades sem filhos para arranjar as unhas, decido arriscar. E por 5€ o estrago não pode ser grande. Por sinal, não foi. Não ficou espetacular, mas estar ali em análise sociológica durante 30 minutos, só pagar 5€ e ter ficado com as unhas aceitáveis valeu a pena. Se quiserem localização exacta, é contactar por mail (omeuumbigo@sapo.pt). Vão com certeza passar um bom bocado (as conversas eram do melhor!)
18ºC?? O que é isto? Onde é que está o Verão? São Pedro, tende piedade de nós! Viemos com vontade de apanhar fresquinho, mas não era preciso tanto!
Mando-os para o banho. A Francisca responde-me: Mae, temos mesmo que ter um chuveiro?(have a shower?!)
PS: nao tenho conseguido actualizar a pagina do facebook do Umbigo. O acesso atraves do tablet nao tem sido facil, este android da-me cabo dos nervos. Nao consigo postar fotos, fazer copy/paste, as vezes nem deixar comentarios consigo. Tenho que arranjar uma boa promocao do Macbook para conseguir comecar a postar com qualidade ;-)
La vim eu outra vez. Fiz uma coisa que jurei a mim mesma que nao voltaria a fazer tao cedo, que foi viajar sozinha com os tres. Mas a vida e mesmo assim e ha coisas que nao podemos evitar. A vontade de vir (das criancas) falou mais alto. O Francisco ficou em Abu Dhabi, este ano as ferias vao ser diferentes. Estamos por ca ate ao inico de Setembro mas ele so se junta a nos nas tres ultimas semanas. A viagem ainda assim correu bem: bendito seja o entretenimento a bordo para as criancinhas. Puseram os headphones depois da descolagem e so os tiraram antes de aterrarmos em Bruxelas. Antonio incluido. Bem, na verdade, tiveram que fazer uma pausa, que foi quando os mandei a casa de banho e esticar as pernas e alongar a musculatura. O Antonio foi um heroi. Aguentou-se o voo todo sem fralda e sem acidentes. Depois, por minha culpa e por causa de uma mala extraviada fez chichi pelas pernas abaixo no balcao da Groundforce (bem feita, nao se tivessem esquecido da minha mala em Bruxelas!) Depois foi o do costume: reencontros esperados ha muitos meses, comida e bebida com fartura. E a desilusao de quem nos prepara a rececao: depois de tantas horas a bordo dos avioes, ninguem vem com grande fome... Alem da diferenca de horarios, que da cabo do apetite de qualquer um... Hoje aparentemente ja estao (quase) todos recuperados do jetlag. O Antonio ainda acusa algum sono fora do sitio, mas ja esta quase, quase ambientado. E eu, bem, eu ja tinha saudades do meu pais e do fresquinho do Oeste.
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas