As pessoas deviam morrer de velhinhas. Na sua cama, um dia iam dormir e já não acordavam na manhã seguinte. Iam em paz e os que lhes sobreviviam ficavam pacificados também, por saber que a missão daquela pessoa estava cumprida, depois de uma vida cheia, longa e feliz.
A minha amiga Judite morreu, com um cabrão de um cancro no pâncreas que lhe trouxe um fim triste e que vai deixar memórias igualmente tristes nos que a acompanharam nestes últimos meses. A doença dela deixou-me em choque; a morte dela deixou-me sem muita coisa que dizer. Não sei o que se diz nestas alturas. 36 anos, uma filha de 4. A Judite era uma mulher determinada e arregaçava as mangas para enfrentar a vida, mas desta vez isso não chegou. Eu acobardo-me perante este monstro. Ela lutou com quantas forças tinha, mas não foi suficiente. As pessoas deviam mesmo morrer de velhinhas.
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas