Segundo os meus filhos mais crescidos:
O único (tretas!!!) presente de Natal que eu queria mesmo, mas mesmo, era ir passá-lo a Portugal com os avós, os tios e os primos.
Somos uns corações de manteiga e já cá estamos!
Surpresa!
Encontrei esta fantástica novidade na página do FB dos portugueses no Dubai. A isto se chama publicidade (muito) enganosa! Mas tenho que reconhecer que há engenho neste anúncio. Podia arranjar muitas maneiras de descrever o Miguel Ângelo, mas "King of All Artists in Portugal" bate todas!
O António, quando veste ou calça alguma coisa pela primeira vez (é raro ser ele a estrear o que usa, normalmente é herdado de alguém) pergunta logo: "Quem deu-me? Foi o Jão, foi o pimo Más, era do Tonso quando era 'nino?". E, por enquanto fica todo contente quando o informo de quem herdou as coisas e , durante as primeiras vezes que as veste ou calça diz, orgulhoso: "Foi o Jão que deu ao Tóni" ou "Foi o pimo Más que deu ao Tóni" ou "Era do Tonso quando era 'nino.
Tenho a dizer-vos que fiquei horrorizada. Na sessão da Francisca era ver meninas de 6 e 7 anos vestidas como se realmente fossem para a noite. Abundavam os vestidos curtos, justos, os tules e as rendas nas ocidentais e as malas chanel e prada (seriam verdadeiras?) nas meninas locais. Em comum partilhavam o facto de todas irem maquilhadas e de saltos. Claro que a Francisca ficou super desiludida por ir vestida com um vestido sem brilho nenhum. Nem uma pochetezinha para amostra a pindérica levou. Mas dançou, comeu batatas fritas e divertiu-se.
O Afonso insistiu para ir de casaco de capuz, para o estilo, apesar do calor. Os rapazes iam mais descontraidos, mas muitos tinham investido tempo a compor a cabeleira e agrupavam-se para ver passar as "miúdas". Na sessão da Francisca, que foi entre as 5 e as 6 da tarde, passou maioritariamente música infantil, mas na do Afonso já se ouvia coisas tipo "I'm sexy and I know it" aos altos berros.
Uma experiência a repetir, como podem imaginar....
E fiquei preocupada. O meu filho Afonso dança assim. Eram estes movimentos que eu queria descrever em casa quando o fui acompanhar a uma tarde de "disco" na escola e não consegui... Soubera eu que estava no Youtube a inspiração da fauna que por ali vi e tinha ficado mais fácil ilustrar o que queria descrever...
E a paixão assolapada que o António agora tem pelo Buzz Lightyear? Vê os filmes do Toy Story do princípio ao fim, sem interrupção e com uma atenção que não me lembro que algum dos outros tivesse aos dois anos.. E por ele não via mais nenhum filme além do Toy Story 1 e Toy Story 2. Depois anda pela casa a dizer "To infinity and beyoooond!"
Para diversificar um bocadinho já comprei o Toy Story 3 para oferecer no Natal, acho que ele vai ficar histérico! Os irmãos, pacientemente toleram-lhe a obsessão e fazem-lhe companhia a ver os filmes (quase) sem reclamar...
Chega a ser quase enternecedor ver um grupo aí de 10 adultos a balbuciar palavras que estão escritas em árabe. E depois a festa que fazemos quando lemos uma frase tipo "É o menino" ou uma simples palavra de 5 letras...
Para quem não sabe, o alfabeto árabe é completamente diferente do português. É constituído por 28 letras. Cada letra escreve-se de três maneiras diferentes, consoante esteja no início, no meio ou no fim da palavra. E se muitas letras se escrevem de forma semelhante independentemente da posição que ocupam, há algumas que mudam completamente de forma. Para quem está a aprender é um quebra-cabeças, literalmente. Ou se decora aquilo tudo, ou então fica difícil. O problema é que já não temos 10 anos; neste momento o nosso cérebro tem uma capacidade de processamento no mínimo diferente. Mas a perspectiva é animadora: a professora disse no outro dia que, a continuar assim, a este ritmo de aprendizagem espectacular, daqui a 3 anos já estamos prontos para falar e ler em árabe...
Ironicamente, agora que sei dizer 3 ou 4 frases em árabe, a única coisa que me sai quando alguém na rua se dirige a mim em árabe é:
"Não falo árabe, só inglês". Mas que fique claro que digo esta frase, todinha, em árabe...
Hoje num edifício governamental estava um velhote com ar beduíno à espera de um elevador. Eu já tinha carregado no botão para descer mas ele não se deve ter apercebido. Então começa a pressionar um dispensador de desinfectante para as mãos que estava na parede, ao lado da entrada do elevador. Uma vez, duas vezes, três vezes. E o elevador nada. Só quando já tinha as mãos bem desinfectadas percebeu que não estava a carregar no botão certo...
No deserto não havia elevadores, não o podemos censurar....
Assobia. E está todo orgulhoso desta sua aptidão :-)
O António conta até 10 em português e em inglês. Eu pensava que ele tinha perdido o inglês todo no Verão e que agora não falava nada. Já diz tudo em português, emprega bem tempos verbais e utiliza correctamente as pessoas a que se referem, mas do inglês achava que estava tudo esquecido. Sabia que ele entendia, mas como só falamos em português não me apercebia do que ele conseguia exprimir. Há duas semanas tivemos visitas cá em casa. Ele irlandês, ela americana. Passada a timidez inicial, o António desatou a falar inglês com ele. Tem uma capacidade impressionante e bastante mais vocabulário do que eu imaginava. Que caixinha de surpresas!
Pena não as registar todas. Algumas das últimas que me lembro:
"Curva afiada" (sharp curve)
"Estou a estorvar" (I am starving! - esta demorei a perceber!)
"Mãe, tu sabes aquela pessoa?" (Do you know that person?)
Em Junho tive um dilema. E vocês, simpaticamente vieram aqui e ao Facebook do Umbigo dar a vossa opinião e ajudar-me a decidir. Neste momento acham que eu sou uma malcriadona que vos pede opinião e depois não dá feedback sobre o assunto que comentaram. Não é verdade. Mas este foi um tema sensível cá em casa até há pouco tempo. Esgrimiram-se argumentos e contra-argumentos e agora posso agradecer-vos por me terem ajudado a decidir. Na verdade, acho que a decisão já estava tomada na minha cabeça, mas ainda assim foi bom ter gente isenta a corroborar o que eu achava. Então pois que comprei um MacBook Pro e estou rendida. Com a autonomia, com a facilidade de utilização, com a rapidez, com a imagem, com tudo. E não sou a única. Já dei com o "inimigo nº1" do meu computador a dizer que o Vaio dele está nas últimas e a fazer-me perguntas sobre o Mac. "Então mas isso é compatível com o Windows?" "E consegues ler bem os documentos que te envio?" "E dá para criar ficheiros e enviá-los como anexo de excel?" "É mesmo silencioso, o meu parece que vai levantar vôo!" "E o iPhoto organiza-te as fotos todas dessa maneira?" "As fotografias têm uma imagem espectacular no teu monitor!" and so on. Estamos tão rendidos que até aumentámos a família e comprámos uma Time Capsule para fazer os back ups dos computadores cá de casa. E alguém, que não vou referir quem, até sugeriu no outro dia que se calhar dava jeito ter uma Apple TV (coisa que eu ainda não percebi bem o que é nem para que serve). Acho que o Sr. Jobs angariou mais um fã...
Vá lá! Já chega, osguinhas. Podem começar a hibernar porque eu já estou farta de vocês. E também estou chateada com a vossa predilecção pelo meu quarto. Tanto sítio agradável para pernoitar e tem logo que ser ali, onde eu vou (tentar) dormir??
Descobri há uns tempos que um amigo nosso aqui em Abu Dhabi lê este blogue no trânsito ou quando está parado nos semáforos. Tenho que escrever mais mensagens telegráficas e deixar os textos longos de parte :-)
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas