Ferrari World Abu Dhabi
Museu Guggenheim Abu Dhabi (abertura prevista para 2013)
Museu Louvre Abu Dhabi (abertura prevista para 2013)
Ponte Sheikh Zayed
Yas Hotel (adjacente ao circuito de F1)
Várias vezes ouço falar da selvajaria da condução nestes países. Todos os dias a consigo comprovar. A partir de hoje também já posso "gabar-me" de me ter cruzado com um veículo em contramão numa rotunda.
E até posso dizer: o meu veículo era maior que o teu.
Era mesmo um camião TIR. Vou eu descansadinha da vida (na faixa da esquerda, claro, que a mim já não me enganam!) quando vejo vir, em direcção a mim, um camião TIR. O que vale é que nem ele nem eu aproveitámos o desconto nas multas e íamos a velocidades civilizadas, ambos. Deu perfeitamente para eu mudar de faixa (oops, cometi uma infracção na rotunda) e seguir o meu caminho. Voltei a cruzar-me com ele à saída da rotunda. Eu entrei para a minha saída e ele entrou na do lado, outra vez em contramão. Há gente audaz, devo admitir! Com a quantidade de polícia que há nas estradas e em todo o lado, estranho a façanha de ter chegado ali sem ser incomodado por ninguém!
Toca tudo a aproveitar a grande promoção de aniversário da nação. Todas as multas por excesso de velocidade com 50% de desconto, só até ao fim do ano.
Vá lá veri, é aproveitar!
Este encanta-me. Não me farto de olhar para ele. Acho-o fantástico, desde a forma ao revestimento. Nunca lá entrei, mas tenho curiosidade em ver qual a perspectiva desde o interior.
Sede da empresa Aldar, em Abu Dhabi
E veio parar aqui.
Normalmente resumem-se a: "trânsito compacto nos sítios do costume. Se tiver alguma informação, envie-nos sms para o número 5180". Ora obrigadinha.
Agora já vou mais ou menos sabendo o que são os "sítios do costume", mas ainda assim...
Hoje, no entanto, foi diferente. Anunciaram uma fila de 10 km entre as pontes de Mussafah e Al Maqta para entrar em Abu Dhabi. O motivo não foi um acidente, Amdulillah! (Graças a Deus!). Foi apenas a curiosidade das pessoas que as levou a parar os carros (??) para verem a colocação das bandeiras nas bermas da autoestrada para a comemoração do National Day que é já dia 2 de Dezembro. A pressa para chegar ao trabalho é uma coisa que não lhes assiste...
A busca de casa está a ser mais difícil do que parecia. Há muitas casas, mas os contratos são bastante estranhos e o facto de nos obrigarem a pagar um ano adiantado causa-nos alguns constrangimentos. Em primeiro lugar, pelo valor em questão. Em segundo lugar, e sabendo como as coisas aqui funcionam em termos de manutenção e assistência, pela perda de poder negocial que isso significa. Se pagarmos um ano adiantado e depois precisarmos de alguma coisa do senhorio ao longo do ano, que trunfo temos para garantir que há alguma pressão do lado dele que o obrigue a fazer ou reparar as coisas que precisamos? Já se sabe que quem paga adiantado fica sempre mal servido; por isso temos adiado a decisão. Além do mais, há uma série de casas e apartamentos a serem terminados e deverão estar no mercado lá para Janeiro, o que em princípio vai fazer com que os preços baixem um bocado e os contratos sejam mais flexíveis. Só para terem uma ideia do que falo quando digo que os contratos são estranhos, por exemplo, vimos um que nos obrigava a pedir autorização ao senhorio para sair do país e ele tinha que dar o seu consentimento, caso contrário poderíamos ser "despejados"; outros que dizem que, caso as coisas corram mal e tenhamos que sair do país antes do ano de arrendamento terminar, só reembolsam o dinheiro pago quando a casa voltar a ser alugada, ficando a nosso cargo os meses em que a casa não seja re-arrendada (impressão minha ou isto é mesmo surreal?). Outros há que não reembolsam, ponto final. Outros obrigam os inquilinos a pagar todas as taxas e impostos municipais. E alista continuaria por aí adiante. Aqui os inquilinos não têm direitos, só deveres.
Ora até há cerca de duas semanas atrás, a nossa urgência era maior do que agora. Estávamos num hotel que, apesar de convenientemente situado a escassos minutos do colégio, ficava numa zona mais ou menos industrial. O apartamento em si era escuro e sombrio e a limpeza era o que se via em posts como aquele ali em baixo. Quisemos mudar de hotel antes, mas como houve o Grande Prémio de Fórmula 1 não conseguimos antes de dia 15 de Novembro. Agora finalmente estamos num aparthotel mais confortável. Temos 2 quartos e uma sala com uma cozinha não muito grande, mas tudo o resto é excelente. Tomamos o pequeno-almoço buffet como se estivessemos num hotel, de férias. Durante a semana há também uma espécie de jantar ligeiro, que uma vezes aproveitamos, outras nem por isso. Há uma máquina de café e bolachinhas disponíveis todo o dia (portanto as cápsulas de nespresso estão em stand-by), há o jornal pendurado na porta todas as manhãs. Há limpeza diária. De resto temos todas as infraestruturas de um hotel: piscina, ginásio, restaurantes, internet wi-fi, etc.
A mim só me faz falta uma cozinha maior e uma mesa de jantar maior (estamos a desenrascar a coisa com as mesinhas da varanda, o que não é lá muito confortável). O Francisco está no céu, por ele já não saía daqui (e digamos que, financeiramente vai dar ao mesmo que alugar uma casa, com a vantagem de pagarmos ao mês e podermos sair quando nos apetecer).
Esta manhã descobri que ainda por cima têm serviço de baby-sitting (outra das coisas que nos estava a faltar, para poder dar umas voltas por aqui). Agora é que acho que não nos vamos embora do hotel...
Fomos ao Festival das Tâmaras, que é um fruto de eleição nesta zona do mundo (lembram-se da estupefacção sobre a cerelac de tâmara, há muitos posts atrás?). Pois que agora também somos fãs deste fruto delicioso nas suas mais variadas formas. A Francisca gostou particularmente do gelado de tâmara e havia também salame de tâmara, doce de tâmara, pasta de tâmara e eu sei lá mais que variedades (frescas, secas, simples, com outros frutos secos, em forma de bolo, gelado, etc).
No mesmo espaço estava o Festival da Ciência, que estava cheio de gente, o que fez com que não conseguissemos ver grande coisa, já que para cada mini-exposição tínhamos de nos inscrever e reservar lugar e havia largas horas de espera para todas... Foi giro, porque logo na fila da entrada vimos um casal que nos pareceu português. A suspeita confirmou-se quando nos ouviram falar e nos apresentámos. Também tinham três filhos e vimos as exposições com eles. Acabou por ser uma tarde bastante divertida, apesar de o objectivo principal (festival da ciência) ter saído gorado...
Este post já é aqui devido há muito tempo. No início destas aventuras pelas arábias eu fartava-me de resmungar com a comida e como era difícil encontrar aqui as "nossas" coisas. Nem iogurtes liquidos tinham, os atrasados, só uma coisa chamada Laban que não era nem carne nem peixe... Pois bem, que tonta fui! Laban quer dizer iogurte e, apesar de este aqui não ser exactamente como o iogurte que comemos em Portugal, é seguramente uma versão muito mais natural e próxima do iogurte original do que a que temos aí. Há laban líquido, sólido, de aromas, de pedaços, laban para crianças. Na verdade, o laban e os seus sucedâneos (o labneh, por exemplo, que é uma espécie iogurte mais consistente, aparentando ser uma mistura de iogurte com queijo) fazem parte da dieta mediterrânica e são utilizados em muitos pratos e dão origem a muitos molhos (muitas vezes misturados com vegetais triturados). E este laban da imagem é fantástico. Serve-me de pequeno-almoço ou lanche misturado com cereais. Sabe a iogurte natural (lembram-se dos iogurtes Vigor da embalagem quadrada, super ácidos? É o mais parecido que tivemos com o laban). E tem a enorme vantagem de custar o mesmo que o leite, ao contrário do que se passa em Portugal, onde comprar iogurtes líquidos é quase um luxo. Nos meses que passei agora em Portugal tive bastantes saudades deste saborzinho ácido e não encontrei nada que se parecesse. Depois de provar o laban, qualquer iogurte liquido passa a parecer uma michórdia aguada com sabor a frutos artificiais...
Como já contei aqui há tempos, andamos com as questões burocráticas para trás e para a frente. Ora, chegou a vez de pedir a carta de condução emirati. Informados sobre o preocedimento, lá fomos nós até à Emirates Driving Company. Uma coisa é verdade: o Sócrates deve ter passado por aqui para fazer consultoria. O sistema aqui é um verdadeiro SIMplex; a única diferença para o SIMplex português é que este funciona mesmo. Chegámos à escola e encaminharam-me para uma sala onde "menino não entra". Entretanto, tive que chamar mesmo o "menino" porque tive que ter a autorização dele por escrito para poder ter a minha carta (este assunto das autorizações do marido para tudo e para mais um par de botas merece post dedicado, que assuntos sérios não se misturam desta maneira atabalhoada!). Depois de ter a autorização, disseram-me que ia ter um exame de código e um teste de condução e perguntaram-me se me sentia pronta para fazer tudo naquele dia. Disse que sim (pior que os locais não conduzo de certeza, pensei eu). Passado 5 minutos vem uma senhora com um poster com uma série de sinais de trânsito. Escolhe uns ao calhas e pergunta-me o que querem dizer. Quando hesitei num deles, explica-me o que é (era um daqueles sinais temporários, de obras) e passa para outro. Ao fim de 3 ou 4 sinais, diz "Halas", que quer dizer mais ou menos "Já está" e diz que eu passei no código. O mais engraçado é que os sinais tinham todos legenda, ou seja, para passar no exame basta saber ler.
Dizem-me para esperar para ser chamada para o exame de condução. Esperei um bom bocado e depois fui encaminhada para um autocarro. Esse autocarro iria levar a mulherada toda para o exame. O carro do exame seguia à frente e cada uma conduzia um troço e voltava para o autocarro. Como eu era a única ocidental e não percebia nada da conversa que o motorista ia mantendo animadamente com as minhas companheiras em árabe, fui a última a fazer o exame. Os outros exames consistiam em conduzir cerca de 200 metros a direito, entrar numa rotunda, andar mais 100 metros a direito e trocar com a próxima examinada. Eu como fui a última tocou-me levar o carro até à escola. Não estava nada preocupada ou nervosa porque como já tenho carta não havia motivo para nervosismos. Quando cheguei ao carro, perguntaram-me há quantos anos conduzia e respondi-lhes que tenho carta há 14 anos. Ficaram impressionadas por causa do meu ar jovem e disseram "Mashallah" (Deus te abençoe). Disseram-me para andar e lá comecei. Entretanto, entro na primeira rotunda e faço como é regra em Portugal: uma vez que ia sair apenas na 4ª saida, ponho-me na faixa da esquerda. Depois, à medida que me aproximei da minha saída, fui mudando de faixa até estar na faixa mais à direita imediatamente antes de sair. Aqui, olho pelo espelho e vejo a examinadora do banco de trás agarrar-se ao apoio dos passageiros e estranhei. Pensei "será que vou muito depressa?". Confirmei que ia mais ou menos a 50 km/hora e segui. Outra rotunda, novamente o procedimento igual. Até chegar à escola de condução apanhei mais duas ou três rotundas e fiz sempre o mesmo. Quando chego ao fim do exame, a senhora diz-me para parar o carro. Diz-me que passei no exame, mas só porque já tinha carta anteriormente. De resto, acrescentou, eu não sabia NADA das regras da estrada. TODAS as rotundas tinham sido mal feitas e eu devia rever as regras do código da estrada dos Emirados. Fiquei indecisa entre perguntar porquê ou ficar calada, não fosse ela perceber que eu nunca pus as vistas em cima do código da estrada daqui (nem sabia que existia um código formal, escrito. Pensei que as regras da estrada se resumissem mais ou menos a: queres virar, guinas o camelo à direita, queres seguir em frente, segues em frente, não necessariamente a direito...). Ao ver que eu estava a milhas do que poderia ter feito mal, a antipática senhora lá me explicou que nas rotundas entra-se sempre na faixa da esquerda, a não ser que se vá para a primeira saída (até aqui tudo bem). É PROIBIDO mudar de faixa numa rotunda. E finalmente (e aqui fiquei a perceber muitas coisas) para sair da rotunda, corta-se a direito, ou seja, estou na 3ª faixa, passo à frente de todos os que vêm dentro da rotunda e saio para onde quero, "cortando" a rotunda e entrando na minha saída directamente. Daí ser constante eu ir na faixa do meio e o carro da esquerda se atravessar à minha frente para sair à direita. Fez-se luz, mais uma vez. Eu é que estava errada, meu Deus! Se por azar alguma vez tivesse tido um acidente numa rotunda (e aqui acontecem aos milhares, vá-se lá perceber porquê!) eu seria culpada. Agora fiquei intrigada com uma coisa: para que raio servirá então uma rotunda com três faixas, se a da direita serve só para a primeira saída e a da esquerda serve para as outras todas e nem sequer se pode circular entre faixas dentro da rotunda??
Se escreve a palavra Ikea. E que bem que me sabe ter cá um. Pode parecer disparatado, mas um Ikea vai ajudar-me muito a sentir-me em casa.
Eu explico: no Bahrain não havia Ikea. Havia muitas lojas de decoração e a maior parte delas concebidas a pensar no gosto dos árabes. Além do mais, essas coisas, feias que metia medo, custavam os olhos da cara. O que aconteceu foi que, ao longo do tempo e à medida que ia precisando de comprar coisas, escolhia o mal menor. Acabei por comprar muita coisa que não gostava apenas porque era o menos caro. E tinha muitas saudades das minhas coisas de portugal (muitas delas compradas em lojas tipo Ikea e Area e afins...). E isso talvez tenha contribuido um bocadinho a que não me sentisse mesmo em casa. A primeira casa que alugámos no Bahrain tinha tudo incluido (até toalhas de banho) e sempre senti, com razão, que aquela não era a minha casa e aquelas não eram as minhas coisas. Claro que é super confortável não termos de nos preocupar com montar uma casa inteira novamente, mas por outro lado, vai saber muito bem poder escolher as coisas que gostamos para a nossa casa.
Mas atenção: isto é um IKEA para árabes, ou seja, o conceito do it yourself tem algumas nuances: entregam e montam a mobília em casa sem cobrar mais por isso. Agora que penso nisso, não podia ser de outra maneira: muitos nem empurram o carrinho no supermercado, têm que ter alguém para fazer isso por eles...
Mas valeu a pena. Fomos à Mesquita Sheikh Zayed, um monumento à ostentação e riqueza e exuberância. É de facto fantástica. Adorei o tapete Persa, feito no Irão por mais de 1200 pessoas. É o maior tapete manufacturado do mundo e é realmente impressionante.
Já andar de Abaya e Sheila (como pelos vistos se chama o lenço preto por aqui) não foi nada confortável. Além de me sentir estranhíssima, a Abaya de empréstimo era feita para mulheres com 1,80 m e o lenço estava sempre a cair-me da cabeça (o que me valeu chamadas de atenção por parte dos seguranças para cobrir a dita)...
Qualquer compra, por mais simples que seja, consiste num processo matemático quase complexo. De AED (Arab Emirates Dirhams) para BHD (Bahraini Dinars) para Euro, passando às vezes pelo valor em USD (dólares dos EUA). E quando queremos comparar os preços de vários produtos em vários sítios daqui ou do Bahrain? É a loucura. Tenho a esperança de conseguir, a curto prazo, começar a fazer a conversão directa AED-Euro, caso contrário os meus neuróniozinhos vão começar a ressentir-se...
"Mãe, hoje o meu swimming teacher disse que eu nadei muito bem e que fiz bem as pernas estreitas!" (deduzo que a rapariga tenha nadado com as pernas esticadas ou direitas (stretched ou straight)
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas