Precisados que estamos de uns serviços de electricista, ligo para a empresa que faz a manutenção do condomínio. Explico a situação, que basicamente consiste em termos as lâmpadas dos candeeiros cá de casa a fundirem-se todas à velocidade da luz (excelente trocadilho, hein?). A chamada foi feita hoje, quinta-feira, por volta do meio dia. Como é uma situação urgente (dado que corremos o risco de jantar à luz das velas), a menina do call center diz-me que enviarão alguém segunda-feira da parte da tarde. Insólito da situação: a empresa que presta este serviço chama-se React Fast (outro excelente trocadilho, por sinal...)
Há exactamente 4 anos, às 15h04m nascia a princesa desta casa. Hoje é uma menina que gosta de princesas, fadas, cor de rosa e coisas brilhantes. Cresceu muito mas em muitas coisas continua a ser a bebé da família.
É doce, meiga, voluntariosa e muito nossa amiga.
É provocadora, às vezes conflituosa e ensina-nos todos os dias a importância da paciência como virtude.
É linda e faz hoje (já!!) 4 anos!
Para poder andar num centro comercial sem ver a paisagem das mulheres de preto da cabeça aos pés, dos seus maridos de ar altivo, também vestidos da cabeça aos pés (há aqueles mais prá frentex que acham que vestir-se assim é privilégio exclusivo das mulheres e andam vestidos de uma forma completamente ocidental);
Para fugir ao caos deste trânsito, aos estaleiros de obras ao longo de todos os percursos que percorremos;
Para evitar o choque térmico cada vez que passamos do exterior para o interior de alguma coisa (está tudo gelado, seja um centro comercial, uma pastelaria, um hospital, whatever);
Para fugir ao dourado (carros dourados, roupas douradas, computadores dourados, telemóveis dourados)
É muito difícil adaptarmo-nos a esta maneira de viver... Não há respeito nenhum pelas regras básicas de convivência em sociedade (filas ou ordens de chegada é para esquecer), não sabem o que são regras de trânsito, caixotes do lixo. Não sabem que os milhares de imigrantes filipinos, indianos, singaleses, paquistaneses e afins são tão gente como eles e merecem ser tratados como pessoas. Podemos até dizer-lhe bom dia e obrigado, que de certeza Alá não ia ficar ofendido, pelo contrário. A educação(?) das crianças passa por deixá-las fazer tudo o que querem, incluindo bater nos empregados se for isso que lhes apetece no momento, deitar lixo para o chão, bater nas outras crianças e comer todas as porcarias que lhes apetecer.
Enfim, o que vale é que faltam só dois meses para ir carregar baterias e desanuviar um bocadinho destes ares...
E os dias têm passado a uma velocidade vertiginosa. Neste mês ficámos sem ajuda em casa, o pai viajou durante 4 dias quando ainda nem tinhas uma semana, nem sempre almoçámos e jantámos todos juntos, mas aqui estamos. Já tiveste direito a ir a uma festa, onde nos divertimos todos menos tu, que passaste o tempo a dormir. Mas já podes dizer ao mundo que já foste a um Baby Shower, daqueles à americana, com direito a barbecue, jogos, presentes e tudo.
Tens passado os teus dias dividido entre a azáfama das refeições (nunca estás satisfeito), higiene pessoal e sestas. Gostas de passear, embora este calor já não convide a sair muito de casa. Cresces a uma velocidade impressionante e eu queria absorver tudo, tudo, tudo porque provavelmente vais ser o último bebé cá da casa e passa tudo tão rápido que quando damos conta já andas, falas, vais sozinho à casa de banho e fazes exigências. Agora não. Só precisas da nossa presença, companhia, toque, alimento e mimo (muito mimo!).
Já me tinha esquecido de como é bom ter um bebé pequenino em casa. A vida a 5 é mais lenta, temos que interromper muitas coisas para atender aquela criaturinha que, apesar de tão pequenina, vem revolucionar rotinas e mandar em nós todos e no nosso tempo. Mas estamos todos deliciados; até os irmãos, que neste primeiro mês se viram privados de algumas coisas por falta de tempo da nossa parte, estão delirantes com o pequenino António.
Maminhas de silicone não é com ele. Venham em forma de chucha, de biberon ou seja lá como for. A não ser que sejam 7 da tarde, tenha passado o dia todo na maminha verdadeira e ainda assim continue cheio de fome. Aí o rapaz abdica dos seus sólidos princípios e lá aceita um biberonzito com 120 ml de leite "falso".
Já visto a minha roupa pré-gravidez. O que ainda assim não é brilhante, dado que comecei com avanço. Ou seja, agora era aproveitar a onda de queima de gordura e perder o que estava a mais antes...
Que por acaso até é a minha preferida
Ao ler um post da Lina (que, a propósito, se mudou para aqui), apercebi-me que muitas vezes temos como certas algumas coisas e nem nos lembramos de lhes dar valor. Temos contracções, vamos a correr para a maternidade, o bebé nasce, dois dias depois vamos todos para casa, passamos aqueles primeiros dias meio taralhoucas entre tanta alegria e tanta confusão ao mesmo tempo, com primeiros banhos, subidas de leite, limpar umbigos, mudar fraldas, festejar arrotos. Lógico, não é? Pois, às vezes não é.
Por isso também eu te digo: vem bem, Teresa. Vem bem.
O António andava há uns dias a dormir mal e não sossegava. Passava os dias literalmente pendurado na minha maminha. Hoje fez-se luz e comprei uma lata de leite artificial. Bebeu quase 120 ml de leite em menos de nada (depois de ter estado a tarde toda, sem exagero, a beber do meu leite) e, depois de muitas horas sem dormir, adormeceu tranquilo.
E eu aqui cheia de mixed feelings sobre isto. Por um lado, não queria dar-lhe fórmula porque assim deixa de querer o peito e gostava de o amamentar o máximo de tempo possível. Por outro, custa-me que afinal o mal dele fosse fome...
Atestamos um depósito de 100 litros de gasolina com 19,50€. Isso em Portugal era coisa para custar, tipo, 150€? Já não sei, mas deve ser por aí...
Se eu tivesse 4 braços, juro que tinha actualizado isto mais cedo. Mas não tenho. E os dois que me apoiavam foram-se embora, de um dia para o outro, deixando-me com um bebé de uma semana e dois reguilas de férias. É a vida. Agora já colmatei a falha, que é como quem diz, contratei outro par de braços para me ajudar. Assim, sem as coisas da casa para fazer, o meu tempo é mais aproveitadinho. Foram duas semanas sem as sestas com o meu bebé para recuperar das noites interrompidas. Mas estamos bem. Sobrevivemos ao monte de roupa por engomar, ao pó a acumular-se nos móveis e a alguns jantares de douradinhos e chicken nuggets… Os mais velhos foram uns diazinhos para um “Spring Camp” durante a manhã e eu e o António andámos às voltas, a comprar coisas que faziam falta e a tratar das burocracias para o rapaz ser cidadão português.
Entretanto, nestas duas semanas o Afonso fez 6 anos. Por mais que escreva este número, não me entra na cabeça que o meu primeiro bebé tenha já 6 anos. Para compensar a falta de uma festa à maneira portuguesa (que é como quem diz, com uma casa cheia), recebeu os transformers que queria. Não fizemos festa com crianças, infelizmente. Por um lado porque ele não criou ainda laços com os outros meninos da escola e não os queria convidar. Por outro lado, porque uma festa num apartamento e ainda por cima com um bebé de duas semanas não ia ser fácil de fazer. O dia ficou aquém das expectativas, apesar de lhe ter feito um bolo e termos tido na tarde de sexta-feira uns convidados (adultos porque os que tinham filhos não puderam vir) e direito a pastéis de nata nesse lanche.
Agora daqui a duas semanas é a Francisca. 4 anos. Não quero parecer repetitiva, mas parece que foi ontem…
O António faz hoje uma semana. É um bebé muito tranquilo, agora que já está mais satisfeito com o leite que finalmente lá apareceu depois de muitos dias de colostro. Dorme mais ou menos 3 horas seguidas a seguir às refeições e eu, como tenho tempo de sobra, sou capaz de passar essas três horas a olhar para ele, embasbacada mais uma vez com a perfeição da natureza e a achar que os bebés são criaturas do céu (como dizia o João César das Neves numa das suas Crónicas do Céu) porque tanta perfeição não me parece deste mundo. Tenho aproveitado bem estes dias e não largo o meu bebé para (quase) nada. Durmo quando ele dorme e temos estado sempre aqui por casa. Não me apetece sair à rua com ele porque lá fora tem estado muito vento e pó e os ambientes interiores onde se pode passear têm gente a mais e ar puro a menos. Não sei se nesta altura já daria para passear pelo Jardim do Cerco, mas apetecia-me matar saudades desse verde e desse ar se aí estivesse.
Cheguei à conclusão que comprei roupa a menos; parecia-me tanta coisa, mas afinal não. O rapaz tem um intestino muito trabalhador e a seguir a cada refeição, aqui vai disto. Não sei se é das fraldas, mas acaba sempre por se sujar. Assim, veste 3 ou 4 toilettes por dia. As roupas de tamanho 0 ficam-lhe apertadas, o que dificulta ainda mais a gestão do guarda roupa. Está visto que um destes dias vou mesmo ter que sair para ir às compras. Nestes dias estamos sozinhos. O pai está com um pé na europa e outro na ásia e só volta sábado à noite. Entreter os mais velhos dentro de casa, sem escola é a parte mais difícil. Também não quero estar sempre a pedir-lhes silêncio porque não quero que vejam o António como um empecilho, mas às vezes não dá para evitar. A Francisca anda muito carente. Porque o irmão nasceu, é evidente. Mas também porque me parece que a escola não lhe corre de feição. Passa todos os dias um bocadinho na "naughty chair" porque dizem que tem um comportamento desestabilizador, mas não me parece que dar-lhe a entender todos os dias que é uma "naughty girl" a vá fazer deixar de ter esse comportamento, pelo contrário. Quanto mais lhe dão a entender que é mal comportada, mais interioriza isso e pior fica o seu comportamento. Que saudades da escola portuguesa onde eles andavam o ano passado...
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas