Vai uma pessoa no metro, sentadinha em frente a duas criaturas, a fingir que vai muito ocupada a pensar na sua vida quando na realidade está a ouvir a conversa delas. E elas, embrenhadas na história da não sei quantas que traiu o não sei quantos. E depois o não sei que mais vingou-se e arranjou logo outra, que é prima da primeira. E eu cá por dentro a pensar qua aquela gente tinha uma vida estranhíssima e muito atribulada. Quase no fim da viagem apercebo-me que afinal elas estavam a falar de uma (das 39856) novela da noite. O tom de familiaridade com que elas se referiam às personagens do enredo fez-me acreditar, durante 16 minutos, que aquelas situações eram reais e aquelas pessoas também.
Não se faz. Se é para falar das vidas dos outros, ao menos que seja da vida real, não acham?
Será que isto tem alguma coisa a ver com isto?
Eu podia bem ter perguntado directamente, mas assim tem mais graça.
Para agradecer as vossas visitas e comentários simpáticos.
Voltem sempre!
E havia de ter piadas bem mais giras que este.
Estamos outra vez em destaque no Sapo!
Mãe, quando estes dentes (de leite) caírem, vou ter dentes de pão?
Se querem ver a Francisca feliz, dêem-lhe bebés, carrinhos de bebé, roupas para os bebés, comida para os bebés, cozinhas, ferros de engomar, tábuas e afins.
Nunca estimulámos as preferências deles para os brinquedos mais de menino ou mais de menina. Eles desde cedo começaram a manifestar as suas preferências. Ontem estive a observar a Francisca durante um bocadinho depois do jantar. Foi para o sofá com o Pedro (nenuco dela). Embalou-o, deitou-o, tapou-o, cantou-lhe, deu-lhe beijinhos, fez-lhe festas. Depois, ao ver que eu estava a olhar para ela, diz "É que ele está mal disposto", como quem diz, tenho que o mimar porque ele não está bem.
E a chuva vai voltar. Não se faz.
Que as mulheres têm tão má fama ao volante. Ontem uma senhora condutora ia-me dando cabo dos nervos. Vai uma pessoa sempre a contar os minutos para conciliar autocarros com metros com horas de entrada e saída no trabalho para depois apanhar uma motorista mulher no autocarro que faz o percurso todo de auto-estrada a, no máximo 50 km/h. Ontem, ainda por cima, em dose dupla. E depois, além de lenta, é medrosa. É daquelas que só se mete numa faixa se não avistar nenhum carro no horizonte. O que, em horas de ponta, convenhamos, é difícil de acontecer.
Ontem, enquanto me sentia a fazer uma subida a uns inenarráveis 20 km/h, só pensava que ainda tinha que ir buscar um a uma escola, ir buscar o outro a outra escola, o jantar por comprar e, consequentemente, por fazer, os banhos, a brincadeira. Só me apeteceu dar um calduço à mulher a ver se se despachava mais depressa.
Depois não querem ouvir coisas do género: Só podia ser gaja, Vai mas é para casa conduzir o aspirador e outros mimos equivalentes!
No outro dia no restaurante, ao pedirmos uma pizza, vira-se para a empregada com um ar muito sério:
"Veja lá se desta vez não demora muito a trazer a pizza. Costuma demorar muito tempo. E não se esqueça de não deixar queimar a massa, se faz favor!"
Já em casa, a comer carne picada com esparguete:
"Olha, mãe, aqueces a carne com o esparguete para ficar tudo quente, cortas e misturas. No fim pões o azeite, mas depois já não misturas mais"
Eu estava a seguir o procedimento à risca na cozinha e uma vozinha da sala "Não te esqueças, misturas tudo mas o azeite deitas só por cima sem misturar!"
Yes, Sir!
Aqui há um mês e meio fiz uma encomenda através da internet. Recebi um e-mail a avisar-me que a encomenda ia ser entregue via CTT Expresso no dia 17 de Fevereiro. Ao chegar a casa, deparo-me com o embrulho no meio do chão, ao pé da minha porta. Sem avisos, sem mais nada. Apenas uma caixa. Já me tinha acontecido o mesmo com uns ténis que comprei para a Francisca em Outubro através da internet. O senhor chegou lá e atirou a caixa com os ténis para dentro do quintal e está feito. Desta vez, fiz uma reclamação para a empresa CTT Expresso. E aqui é que a coisa começa a ter graça. Que não, não podia ser, aquele não era o procedimento. Alguém teria que receber a encomenda ou então ela seguia para a estação de correios da minha área de residência (ora muito obrigada pela novidade!). Iam ver o que tinha acontecido. Entrariam em contacto comigo mais tarde. Passados alguns dias, ligam-me. Basicamente para me dizer que era melhor eu começar a tomar vitaminas porque eu tinha recebido a encomenda e assinado o aviso. Tinha-me sido entregue em mão e à minha pessoa, como podiam confirmar pela assinatura no aviso. "Muito obrigada, esta reclamação está encerrada." Ah, não está não, que eu quero que me enviem uma cópia do aviso assinado por mim num dia de semana à 1 da tarde, num dia em que eu estava a trabalhar a quase 60 km de casa. Uma voz de frete então diz que vai ver o que pode fazer e que entrará em contacto comigo mais tarde. Passados alguns dias, ligam-me outra vez a dizer que ainda não tiveram oportunidade de me enviar cópia do documento que dizem que eu assinei, mas o estafeta jura a pés juntos que me entregou em mão. Vão continuar a trabalhar no assunto.
Ontem, finalmente, a solução para o mistério. De facto, o senhor enganou-se. Não fui eu que recebi e assinei a encomenda. Foi a minha (e cito) "vizinha, a mesma que me recebe o pão todos os dias". O pão?? Mas qual pão, está a falar de quê? Eu quando quero pão vou ao supermercado comprar, não tenho vizinhas que me fiquem com o pão, nem confiança com nenhuma para receber o que quer que seja por mim.
Acho que o senhor é que está a precisar de vitaminas para controlar a imaginação delirante. E ainda por cima falam sempre comigo como se eu fosse tontinha e eles estivessem cheios de razão. Só ontem quando disse à senhora que falsificar assinaturas era crime é que o tom do discurso mudou um bocadinho. Ficaram de reportar a situação mais uma vez e ver afinal o que aconteceu.
Não há pachorra.
A crise chegou ao negócio da estética. Safam-se as unhas de gel e a permanente de pestanas. Para isso há dinheiro.
As primeiras são de fugir, as segundas ainda estou para perceber o conceito. Tenho que andar mais atenta na rua.
Andaram de autocarro, metro e eléctrico. Pareciam os saloios de passeio à cidade. A Francisca era, toda ela, gritinhos e guinchinhos de admiração.
Têm que tomar mais banhos de civilização, está visto :-)
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas