Hoje o meu dia começou melhor do que é hábito. Deixámos o carro ao pé de casa e viemos de autocarro. Se vocês vissem o ar de satisfação do meu filhote durante o percurso casa-escola! Vale a pena fazer a viagem porque, além de não stressarmos nas filas e chegarmos mais rapidamente a Lisboa, gera-se ali uma oportunidade de disfrutar da companhia dele de uma forma que seria impossível caso estivesse concentrada na condução.
Já tinha saudades e sei que ele também (ultimamente andava farto de me pedir para andar de "caminete").
Durante 5 meses utilizámos todos os dias o autocarro como meio de transporte. O Afonso já era conhecido por muitos dos utilizadores frequentes, até porque normalmente gostava de os presentear com músicas e relatos do seu dia a dia. Quase todos ficaram a saber que tinha uma irmã chamada Francisca, que era mais pequenina que ele e que estava em casa da avó. Ficaram inclusivamente a saber onde era a casa do Tio Nuno, do primo Francisco e da prima Inês, onde era a casa da avó Tina, qual o número do autocarro que pára ao pé de casa da avó, etc. Informações muito úteis às oito e meia da manhã.
Fazem-me falta esses bocadinhos de "quality time" .
- Mãe, estás zangada ou contente?
- Estou contente.
- Porquê?
- Porque tenho dois filhotes muito bonitos!
E nesta altura, o sorriso do Afonso rasga-se e os olhinhos dele enchem-se de orgulho. E o diálogo repete-se vezes sem conta de há uns meses a esta parte no percurso trabalho-casa ou vice-versa.
O meu filho adora saber que eu os acho muito bonitos. E eu acho esta paixão por elogios deliciosa!
O meu filho Afonso, acabado de fazer três anos, está no auge da curiosidade. E pensa em coisas que nunca me ocorreram. Este sábado, depois da natação, o rapazinho vinha "esganado" de fome. Almoçou optimamente e quando chegou a vez da fruta, não queria a maçã dele. Queria a "fruta da Francisca" ( em boião). Então eu disse-lhe que as maçãs dele eram muito melhores, mais frescas, rijinhas e cheias de vitaminas.
- E onde é que estão as vitaminas da maçã?
- Estão aí, dentro dela.
- Não vejo! Quem pôs?
(hmmm, como é que lhe vou explicar esta?)
- Foi a Natureza - digo, eu, convencida que arrumava o assunto de vez.
- Ah, e a Natureza é mãe das maçãs? (raciocínio: as mães é que nos dão tudo, por isso se a natureza dá as vitaminas às maças, é mãe delas!)
- Não, a Natureza é o sítio onde estão as maçãs, de onde elas vêm...
- Então a Natureza é a casa das maçãs...
- Exacto, Afonso, agora come a maçãzinha para ires dormir a sesta
( uff, já não sei onde a conversa iria parar. Acho que tenho que me começar a preparar melhor para o que aí vem)
Hoje foi o dia de criar este blog. Depois de andar durante muito tempo a ver outros, decidi criar o meu. Por isso, numa atitude puramente egoísta, lhe chamo o meu umbigo.
À volta do meu umbigo passam-se muitas coisas, umas óptimas, outras nem por isso.
Mas as mais importantes são, sem dúvida, aquelas em que os meus filhos são os protagonistas. Acho que os blogs das mães são uma prova de amor do mundo moderno. Podem fazer-nos ir até às lágrimas, umas vezes de tanto rir, outras nem por isso. Permitem-nos ver que não estamos sozinhas neste mundo e que aqueles pensamentos completamente disparatados que nos ocorrem com frequência não são propriedade intelectual nossa - há de facto, mais mães tão disparatadas como nós. Por isso, o título de uma das categorias dos meus links foi "roubado" à Rita Quintela (Mãe Galinha). Porque felizmente este mundo está cheio de "Mães como Nós".
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas