Estou em guerra comigo mesma. Acho que devia ado(p)tar o novo acordo ortográfico. Mas ao mesmo tempo que acho isto, não me identifico nada com a nova maneira de escrever a maior parte das coisas. Ora faz algum sentido que facto se passe a escrever fato? Eu ainda por cima digo faCto, de facto, e não fato. É bom, aliás, ó(p)timo que a língua evolua, tem sido esse o seu caminho desde há muito tempo.
Sei que ao princípio vai-me sempre soar estranho. Depois, tenho outro problema: não conheço a maior parte das regras deste novo acordo. Não sei que consoantes caíram, que acentos desapareceram, como passar a escrever certas palavras. Mas também não queria ser como tantas pessoas com quem me cruzei ao longo da minha vida, profissional principalmente. Encontrei pessoas que se recusavam a trabalhar com computadores, outras que se recusavam a usar telefones (!), que resistiam a ter um controlo de assiduidade electrónico (o que dizer então do sistema biométrico implementado no último sítio onde trabalhei? Ainda hoje deve ser uma luta para alguns...). E cada vez que me ocorre o pensamento de que este acordo é ridículo e que eu me recuso a adotá-lo lembro-me sempre dessa gente, que me causava tanta confusão e que me irritava profundamente por não saberem e não quererem saber de se adaptar aos novos tempos. A atitude negativa deles tornava-os, a meu ver, obsoletos e dispensáveis. E eu não quero ser isso. Quero ir aprendendo, informar-me, saber. E por isso cheguei a uma solução de compromisso. Vou procurar perceber o que muda com as novas regras e, tanto quanto possível, aplicá-las, aqui no Umbigo e por todos os lados onde escreva em Português.
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas