Recebi um comentário no post ali em baixo e apercebi-me que nunca publiquei nada sobre as oportunidades deste lado do globo e nunca contei as linhas que traçaram o nosso destino e nos trouxeram até aqui.
Como acredito que cada vez há mais gente a querer (e a ter que) sair de Portugal, pode ser que este post dê alguma ajuda. Claro que isto é só a minha opinião e nada do que vou aqui dizer tem alguma base científica ou estudo que o sustente, mas é uma perspectiva (a minha) de quem veio aqui parar há dois anos e já percebeu mais ou menos como a coisa funciona.
A oportunidade de vir para o Golfo surgiu, para nós, porque o Francisco estava na altura ligado a um projecto em Portugal que teve alguma projecção mediática (acho que até mais a nível internacional do que nacional). Por sorte, as pessoas que mais tarde o vieram a contratar, tiveram conhecimento do projecto, pediram o contacto dele, entrevistaram-no e contrataram-no.
Depois, quando o projecto terminou no Bahrain e foi altura de procurar outra coisa, ficou a mais-valia de já ter trabalhado na região, que é requisito essencial na maioria das ofertas de emprego.
Pela nossa experiência aqui, Portugal não é um país muito conhecido. E, pior que isso, quando é conhecido, raramente é reconhecido. É associado a dívidas, crise, etc.... (e bons jogadores e treinadores de futebol, verdade seja dita). Assim, é bastante difícil para um português que não tenha experiência anterior em países do Golfo ser contratado por um processo normal de recrutamento (ver uma oferta e enviar o CV).
Muitas vezes nas ofertas de trabalho para esta região são enumeradas as nacionalidades pretendidas para os cargos: ser britânico, americano, australiano, sul-africano ou neo-zelandês é por vezes um requisito quase tão importante como a área de formação.
Claro que vale sempre a pena tentar e procurar oportunidades aqui e noutros lados do mundo, mas é cada vez mais dificil, até porque cada vez há mais gente a ter que fazer o mesmo e a concorrência é muito maior...
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas