Lá vamos nós. Sem muita vontade, confesso. Portugal tem impostos, tem frio, tem crise. Já não tem o Sócrates (vamos ver por quanto tempo...), o que pode ser uma vantagem. Mas não se avistam tempos fáceis por aí. No Bahrain as coisas também não estão fáceis. O ambiente está tenso, lentamente a voltar a uma normalidade aparente. Os checkpoints dos militares já quase desapareceram, os tanques já só estão nas zonas mais complicadas. As horas de recolher obrigatório foram reduzidas. Mas até o país se voltar a compor vai demorar bastante tempo. Muitas empresas resolveram sair do país definitivamente. Outras mudaram-se para um dos países aqui à volta. Muita gente se foi embora, alguns temporariamente, outros definitivamente. A vida vai-se vivendo no dia-a-dia, ninguém faz planos para daqui a uns meses, porque tudo pode mudar em poucas semanas.
O que se passou aqui mudou irremediavelmente a perspectiva que os expatriados tinham deste país. Tenho falado com muitas pessoas que viviam perto das zonas onde houve conflitos e muitas estavam em estado de choque com a violência a que assistiram.
Estamos agora na fase de preparar para ir embora, regressar a um portugal igualmente instável e problemático. Vamos matar saudades e trabalhar para rapidamente embarcar em nova aventura. Eu, que detestava mudanças, agora apetecia-me continuar por fora. Conhecer mais países, mais pessoas, mais culturas, mais comidas. Estes quase 2 anos transformaram-nos bastante. As crianças, então, nem se fala. Sabem outra língua, conviveram com culturas super diferentes entre si, fartaram-se de aprender. Todos vamos daqui com os horizontes muito mais alargados que à chegada. Desinstalámo-nos. E foi muito bom.
a horta já tem direito a etiqueta e tudo
futebol mas só porque estamos em alturas